Por meio do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), o Banco Central (BC) avaliou que, respondendo à atividade e à flexibilização monetária, o mercado de crédito apresentou alguma inflexão na sua trajetória de desaceleração. Este movimento foi observado em grande parte das segmentações. Com papel relevante dos títulos públicos, a expansão do crédito ampliado ao setor não financeiro (CASNF) aumentou de 8,2% a.a. em dez/23 para 10,4% a.a. em abril. No mercado de capitais, fonte importante de financiamento para as grandes empresas (Ge), o ritmo de aumento do estoque dos títulos privados elevou-se de 14,6% a.a. para 15,8% a.a. e dos títulos securitizados de 26,0% a.a. para 30,2% a.a.. No âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), o avanço dos empréstimos saiu de 8,1% a.a. para 8,7% a.a.. Na decomposição das operações do SFN por tipo de tomador de recursos, a expansão das modalidades para pessoas jurídicas (PJ) aumentou de 4,7% a.a. em dez/23 para 5,3% a.a. e para pessoas físicas (PF) de 10,4% a.a. para 10,9% a.a.. Com recursos livres (RL), o ritmo de aumento passou de 5,5% a.a. para 6,2% a.a., enquanto para recursos direcionados (RD) houve aceleração de 11,9% a.a. para 12,4% a.a.. Da mesma forma, houve também retomada nas concessões totais acumuladas em 12 meses (12m) que saíram de uma elevação de 4,7% a.a. em dez/23 para 7,8% a.a. em abril. Para PJ, o indicador passou de 0,0% para 5,2% a.a., enquanto para PF a elevação foi de 8,7% a.a. para 10,0% a.a.. Como tendência de curto prazo, a comparação dos novos empréstimos concedidos nos trimestres móveis nos períodos findos em abril e jan/24 mostrou expansão nos recortes para o tipo de tomador e a fonte de recursos. Porém, há preocupação com a redução das concessões dessazonalizadas na margem verificadas em abril, as incertezas quanto ao futuro da flexibilização monetária e a deterioração na percepção de risco. A taxa de juros das novas operações do SFN apresentou uma queda de -3,0 p.p. em relação a jul/23 (mês anterior ao início da redução da taxa básica de juros), fechando abril em 28,0% a.a.. Se esta redução equivaleu à ocorrida na Meta Selic, para PJ a diminuição foi de -1,1 p.p. e para PF foi de -4,0 p.p.. No que tange à qualidade dos ativos, o Comef destacou que o apetite ao risco das instituições financeiras (IFs) aumentou mesmo com o ambiente ainda demandando atenção. Com relação às PJ, não percebeu alteração relevante nos critérios de concessão. Todavia, a taxa de inadimplência permaneceu pelo 4º mês consecutivo em 2,4%. O indicador permaneceu na margem em 4,4% (3,8% em abr/23) para as Micro, Pequenas e Médias empresas (MPMe), havendo a expectativa de que o nível de materialização de risco permaneça estável. Para as Ge, a inadimplência diminuiu de 0,6% em mar/24 para 0,5% (0,8% em abr/23)
Boa leitura!