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Termômetro do Crédito – Ritmo mais forte das instituições públicas

Após resultados bem positivos nos últimos anos, o mercado de crédito vai se ajustando às condições impostas pela política monetária contracionista. Assim, o avanço do estoque das operações no Sistema Financeiro Nacional (SFN) que era de 16,9% a.a. em abr/22 caiu para 11,1% a.a. em abril. Apesar da desaceleração, o crescimento nas operações de maior risco ainda é elevado, o que é um sinal de alerta em um contexto de expectativa de menor crescimento da economia e da persistência de condições financeiras mais apertadas. Além do arrefecimento da demanda doméstica, a dinâmica dos empréstimos para as pessoas físicas (PF) sofre as restrições geradas pelo elevado nível de endividamento (EF) e comprometimento da renda (CR), pela elevação da inadimplência e, consequentemente, pelo maior conservadorismo na política de crédito das instituições financeiras (IFs), refletido no aumento da taxa de juros. Apesar da recente interrupção da trajetória de alta,  o EF e o CR se encontram ainda em níveis próximos do pico histórico verificado em jul/22.  A queda na taxa de crescimento é mais intensa nas modalidades para PF de maior risco e rentabilidade, como a as modalidades do cartão rotativo que saiu de 65,2% a.a. em abr/22 para 20,1% a.a. e a do crédito não consignado de 36,9% a.a. para 12,1% a.a.. No segmento para pessoas jurídicas (PJ), a dinâmica contempla a redução do fluxo de caixa das empresas e os desdobramentos do evento ocorrido no setor de varejo. Com uma expansão mais intensa, os empréstimos para as Micro, Pequenas e Médias empresas (MPMes) continuam ganhando participação, elevando-se em 2,6 p.p. em 12m para 46,9%. O mercado de capitais continua como uma importante fonte de recursos para as Grandes Empresas (GEs), com títulos privados crescendo 34,9% a.a. e securitizados em 23,6% a.a.. A taxa de inadimplência das MPMes acumulou uma alta de 1,2 p.p. em 12m para 3,8%, enquanto o aumento para as Ges foi de 0,5 p.p. para 0,8%. Com as alterações na percepção de risco, desde fev/23,  as IFs de controle público (IFPub) passaram a ter uma expansão mais forte em relação às privadas (IFPri) e as de controle estrangeiro (IFEst). Assim, em abril, a elevação era de 13,3% a.a. para as IFPub, de 10,1% a.a. para as IFPri e de 8,2% a.a. para as IFEst.  Com base nesse quadro, a Assessoria Econômica da ABBC mantém as projeções para o crescimento do crédito em 6,9% para 2023, sendo 7,9% para PF e 5,3% para PJ, e em 8,3% para 2024 (8,1% para PF e 9,0% para PJ).

Boa leitura!

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