Ligeiramente acima da esperada, a produção industrial cresceu 0,7% em fev/22, devolvendo parte da perda registrada em jan/22 (-2,2%). Com avanço disseminado, o principal destaque foi a recuperação do setor extrativo mineral (+5,3) que foi bastante afetado pelas fortes chuvas em janeiro. Já o Caged registrou geração líquida de 328,5 mil vagas formais em fev/22, dando sequência ao processo de retomada do emprego formal. Dessa forma, observa-se no mercado de trabalho uma melhora no perfil das vagas, com redução da informalidade e aumento das contratações com carteira assinada. Porém, a taxa de desocupação fechou o trimestre findo em fevereiro em 11,2%, estável em relação ao número anterior, e a renda média habitual com queda de -8,8% em 12 meses. Números da CNC indicam que o percentual de famílias endividadas alcançou novo recorde em março, encerrando 77,5% ante 76,6% no mês anterior (67,3% em mar/21). Apesar da incerteza quanto aos desdobramentos do conflito no Leste Europeu, a semana encerrou com diminuição da aversão ao risco. Mesmo com as chances de um aperto monetário mais agressivo, o dólar perdeu força nos mercados globais. O diferencial de rendimento de 10 e 2 anos entrou em campo negativo pela 1ª vez desde 2019, fechando em -0,06 p.p., sinalizando a aproximação de um processo recessivo e a entrada da política monetária em terreno contracionista. O real apreciou-se em 1,75% em relação ao dólar, cotado a R$ 4,66. Mesmo com a dinâmica negativa para a inflação, o ganho em termos de troca beneficia a entrada de divisas, favorecida também pelo diferencial de taxa de juros, o que poderá estimular a atividade econômica no curto prazo, via exportações. A balança comercial registrou superávit de US$ 7,4 bi em março, maior valor para o mês, impulsionada pelo volume recorde de exportações. Por fim, a Estrutura a Termo das Taxas de Juros encerrou a semana com queda dos prêmios em todos vértices, de modo que a taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias diminuiu -0,15 p.p. para 12,60% a.a.. Sem a divulgação de vários indicadores do Banco Central, os destaques para a semana serão os dados de inflação IPCA, IGP-DI, produção e emplacamento de veículos e a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve.
Boa leitura!