O mercado de ativos internacional apresentou na semana um maior apetite ao risco, após a ata da reunião de política monetária do Federal Reserve sugerir a redução do ritmo do aperto monetário, o que levou à perda de força do dólar. Se os dados mais confortáveis para a inflação nos EUA conferem maior espaço para o gradualismo, crescem os temores com a aproximação de um processo recessivo que seria intensificado pela desaceleração na atividade na China, impactada pelas políticas sanitárias mais restritivas. Este cenário levou a cotação do barril de petróleo tipo Brent recuar -4,5% na semana para US$ 83,71. Com a revisão da série pelo Banco Central, o déficit em transações correntes acumulado em 12 meses totalizou em outubro US$ -60,3 bilhões, alcançando 3,3% do PIB. Assim, a trajetória do déficit em conta corrente começa a tomar contornos desfavoráveis. O IPCA-15 de novembro subiu 0,53% ante 0,16% em out/22, impactado fundamentalmente pelo aumento nos preços dos alimentos (0,54%) e nos itens de saúde (0,91%), com uma desaceleração de 6,85% a.a. em out/22 para 6,17% a.a.. O monitor do PIB da FGV apontou alta de 0,4% no 3T22 e de 3,2% ante 3T21, com o consumo das famílias crescendo 5,6% em relação ao 3T21, tendo como o principal impulsionador o consumo de serviços. Houve novamente um descolamento no comportamento dos ativos locais quando comparados com o mercado externo que adveio fundamentalmente da percepção dos agentes em relação à discussão dos termos da PEC da transição. Ainda que o texto final deva propiciar um espaço menor para os gastos em 2023, os questionamentos acerca da âncora fiscal continuam adicionando volatilidade nos preços. Assim, apesar do relativo alívio na inflação corrente, houve aumento nas taxas de juros ao longo da estrutura a termo. A taxa real de juros ex-ante subiu 0,12 p.p. para 8,72% a.a., permanecendo em patamar bem restritivo, enquanto o real depreciou-se em 0,41% para R$/US$ 5,40. Para esta semana, além das discussões sobre a PEC no Congresso, as atenções estarão voltadas para a divulgação do PIB do 3T22 que deverá mostrar uma desaceleração. Merecem também destaque os dados fiscais, a produção industrial e os números do mercado de trabalho da PNAD e Caged, todos referentes a outubro. No exterior, foco para a inflação na zona do euro e o PIB e o payroll nos EUA.
Boa leitura!