Com a frustação trazida pela não sinalização do começo do processo de flexibilização, a divulgação da ata do Copom assume fundamental importância para a avaliação prospectiva da Selic. Porém, mesmo com uma probabilidade menor, o Boletim Focus manteve a projeção de início em agosto. Todavia, a estimativa do corte reduziu-se de -0,50 p.p. para -0,25 p.p.. Com o balanço de riscos positivo, as expectativas inflacionárias de 2023 saíram de 5,71% há 4 semanas atrás para 5,06%, enquanto as de 2024 diminuíram no mesmo período de 4,12% para 3,98%. Com decisões que podem impactar as expectativas, aguarda-se que o CMN mantenha a meta de 3% para 2026, mas promovendo uma mudança do prazo para o seu cumprimento de ano-calendário para um sistema contínuo. A divulgação de indicadores antecedentes nos EUA e Europa, indicando uma desaceleração mais acentuada da atividade, pesou no apreçamento dos ativos de risco, como as Treasuries, as ações e os ativos relacionados às commodities, além do dólar nos mercados internacionais. Entretanto, beneficiando-se do fluxo cambial positivo, cujas entradas somaram US$ 10,57 bilhões em 2023, até o dia 16, o real descolou-se de seus pares apreciando-se 0,8%, com isso o dólar encerrou a semana cotado a R$ 4,78. Apesar do desapontamento das expectativas com a ausência de uma sinalização de um corte na Selic, houve uma queda nos prêmios na curva de juros que pode ser explicado não só pelo otimismo interno, mas principalmente pelo efeito desinflacionário da ameaça de uma recessão global. Ainda, os dados da arrecadação federal indicaram um crescimento real de 2,9% na base interanual, sustentado pelos tributos relacionados ao mercado de trabalho. Na semana, além dos documentos essenciais para calibrar as expectativas para a Selic, as atenções também se voltam para o comportamento do IPCA-15 em junho e do mercado de trabalho em maio.
Boa leitura!
