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Termômetro do Crédito – Dinâmica benigna

A dinâmica do crédito em 2024 permanece benigna com: (i) expansão nos saldos e concessões em volume; e (ii) redução nas taxas de juros na grande maioria das linhas de empréstimos. No entanto, há preocupação com o impacto da deterioração nas condições financeiras na oferta de crédito, principalmente com a maior inclinação da estrutura a termo de juros. 

Com o maior dinamismo da atividade econômica, observa-se em relação a dez/23 uma significativa recuperação nos componentes do crédito ampliado ao setor não financeiro (CASNF). As captações por meio do mercado de capitais continuam exibindo um forte desempenho, com um avanço em junho de 28,9% a.a. em CRAs, CRIs e FIDCs (+1,4 p.p. no ano) e de 21,2% a.a. em debêntures e notas comerciais (+6,2 p.p. no ano).

No Sistema Financeiro Nacional (SFN), a expansão das operações saiu de 8,1% a.a. em dez/23 para 9,9% a.a. em junho, com as linhas para pessoas jurídicas (PJ) acelerando de 4,7% a.a. para 7,7% a.a. e as para as pessoas físicas (PF) de 10,4% a.a. para 11,4% a.a.. No aumento do estoque em 2024, as contribuições mais significativas foram as das modalidades com recursos livres (RL) para PJ e as com recursos direcionados (RD) para PF.

O aumento dos novos empréstimos acumulados em 12 meses (12m) acelerou de 4,7% a.a. em dez/23 para 9,3% a.a., com a variação saindo de 0,0% a.a. para 7,3% a.a. para PJ e de 8,7% a.a. para 11,0% a.a. para PF. Porém, a média móvel trimestral (MM3) das concessões totais ajustadas sazonalmente mostra uma desaceleração no crescimento. No trimestre encerrado em junho, houve uma alta de 1,5% frente ao período fechado em mar/24, ante os 5,1% observados na comparação entre mar/24 e dez/23.

Apesar da elevação dos prêmios na curva de juros, a taxa média de juros das concessões de crédito do SFN manteve sua trajetória de queda, saindo de 28,3 % a.a. em dez/23 para 27,6% a.a. em junho. Considerando-se as operações com RL, mais sensíveis à política monetária, a diminuição no período foi de 40,8% a.a. para 39,6% a.a., fundamentalmente pelo comportamento das modalidades para PF que saíram de uma taxa de 54,2% a.a. em dez/23 para 51,7% a.a..

No que tange à qualidade dos ativos, a evolução da inadimplência é confortável. Em junho, a taxa era de 3,2%, recuando em -0,1 p.p. na margem e mantendo-se estável no ano. Houve uma melhora na margem para as grandes empresas (Ge) e micro, pequenas e médias empresas (MPMe). Em junho, o indicador para as Ge ficou em 0,4%, com reduções de -0,1 p.p. no mês e de -0,2 p.p. no ano. Por sua vez, para as MPMe a taxa de inadimplência ficou em 4,4%, com uma queda de -0,2 p.p. no mês e uma alta de 0,3 p.p. no ano.  Por fim, refletindo a elevação da renda, em linha com a forte recuperação do mercado de trabalho, o índice de endividamento das famílias mantém uma trajetória gradual de redução, fechando em 47,5% em maio, com reduções de -0,2 p.p. na margem e no ano. Em consonância, o comprometimento da renda acumulou retrações de -0,4 p.p. no mês e de –0,2 p.p. no ano para 25,7%.

Aguardando os eventuais impactos da deterioração das condições financeiras no mercado de crédito, a Diretoria de Economia, Regulação e Produtos da ABBC manteve a sua projeção de crescimento nominal do saldo do crédito no SFN em 10,1% para 2024, número abaixo da estimativa de aumento de 10,8% do Banco Central (BC). Na decomposição, as estimativas são de: 10,9% a.a. para PF; 8,8% a.a. para PJ; de 8,7% com RL; e de 12,0% com RD.

Boa leitura!

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