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Comportamento Semanal – De olho nas comunicações

O principal destaque da semana é o encontro do Copom, no qual é esperado um novo corte de -0,50 pp na taxa Selic, para 11,25% a.a. Apesar de algumas inquietações acerca da sinalização de reduções de igual magnitude nas próximas reuniões, é provável que as mesmas sejam mantidas. Outro aspecto relevante refere-se às projeções de inflação do cenário de referência do Banco Central (BC), especialmente para 2025, que cada vez mais vai ganhar espaço no horizonte relevante da política monetária. 

Mesmo com a surpresa positiva no índice cheio do IPCA-15, houve alguma deterioração nas medidas qualitativas, o que despertou algumas preocupações. A taxa anualizada da Média Móvel Trimestral (MM3) da série dessazonalizada saiu de 2,4% a.a. em dez/23 para 2,7% a.a. e a dos serviços subjacentes passou de 4,2% a.a. para 4,9% a.a.. 

Além do ainda confortável processo de desinflação, a economia está em clara desaceleração, ratificada pela expressiva redução nos investimentos, assinalada nos números do Monitor do PIB.  O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) apresentado pela FGV caiu em janeiro, tanto para a indústria, quanto para o setor de construção, com quedas nas margens de -2,9 p.p. para 79,2% e de -1,7 p.p. para 77,1%, respectivamente. Já a pesquisa da CNC indicou que em dezembro, o percentual de famílias que se consideravam endividadas voltou a subir, alcançando 77,6%. Já as que se consideravam com contas em atraso e sem condições de pagamento recuaram na margem para 28,8% e 12,2%, respectivamente. Na agenda desta semana, alerta para os dados de dezembro da indústria e do mercado de trabalho. A produção industrial deverá manter o cenário de estagnação, diante o desempenho negativo da indústria de transformação. Já os números do mercado de trabalho (Caged e Pnad/IBGE) deverão mostrar um quadro favorável em 2023, mesmo com alguma acomodação. 

No cenário internacional, a 1ª leitura do PIB no 4T23 dos EUA mostrou uma redução do crescimento de 4,9% a.a. do 3T23 para 3,3% a.a.. Contudo, em geral, os indicadores de atividade afastaram os temores de uma recessão e reforçaram a visão de um “pouso suave” para a economia. Ademais, a inflação medida pelo Personal Consumption Expendutires (PCE) recuou para 2,6% a.a. e para 2,9% a.a. na medida de núcleo, mostrando um processo gradual de convergência à meta de 2,0%, porém ainda sustentando as apostas de início de flexibilização monetária ainda no 1º semestre de 2024. 

Para a semana, destaque para a reunião do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira (31/01), na qual deverá ser mantida a taxa básica entre 5,25% e 5,50% a.a.. A maior expectativa está concentrada, também, nos termos da comunicação após o encontro, que possivelmente possam calibrar as apostas de queda nas taxas de juros ainda no 2º trimestre de 2024. Após uma euforia inicial, na sexta-feira (26/01), a ferramenta Fedwatch do CME Group apontava apenas 46,2% de chance de um corte de -0,25 p.p. na reunião de março. Adicionalmente, os dados do Payroll poderão contribuir para uma avaliação dos próximos passos.

Boa leitura!

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