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Comportamento Semanal – Desaceleração a caminho?

Fortemente aguardado pelos possíveis impactos na evolução da política monetária, o CPI nos EUA surpreendeu negativamente, com a medida de núcleo alcançando 6,6% a.a. em setembro (6,3% a.a. em ago/22) e as expectativas de inflação, medidas pela Universidade de Michigan, de 1 ano avançaram de 4,7% em set/22 para 5,1% na prévia de outubro e as de 5 anos aumentaram de 2,7% para 2,9%. Com esse quadro, houve uma deterioração de risco, o fortalecimento do dólar, a elevação do rendimento das treasuries e a queda nas cotações das commodities. Em relatório, o FMI apontou que os riscos continuam elevados, com possível deterioração das condições financeiras e implicações nos mercados emergentes. A tensão geopolítica e seus impactos sobre o fornecimento de energia adicionada a algumas situações de mercado de trabalho mais apertado podem tornar a inflação mais persistente do que a esperada. Localmente, a despeito da melhoria na inflação corrente, os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária exibem ainda uma trajetória incompatível com o cumprimento das metas. A medida de inflação subjacente de serviços acelerou de 9,27% a.a. para 9,53% a.a., a de bens industriais de 14,12% a.a. para 14,21% a.a. e a da alimentação no domicílio de 15,78% a.a. para 15,55% a.a.. Porém, as expectativas de inflação na Pesquisa Focus continuam se ajustando para baixo, a mediana das estimativas para o IPCA de 2022 caiu de 5,71% para 5,62%, a de 2023 de 5,00% para 4,97% e a de 2024 de 3,47% para 3,43%, patamares ainda superiores às metas. Em seu 4º resultado mensal positivo, o setor de serviços cresceu 0,7% em setembro, entretanto o volume acumulado em 12 meses indica arrefecimento do impacto da retomada da atividade, saindo de 16,4% a.a. em mar/22 para 8,9% a.a. A evolução prospectiva dependerá dos efeitos do aperto da política monetária, embora a desinflação deva compensá-los. Revertendo uma sequência de 2 altas consecutivas, em agosto, o IBC-Br registrou queda de -1,1%. Abaixo das expectativas de mercado, o recuo se deu pela contração apresentada tanto no comércio, com as quedas de -0,1% no restrito e de -0,6% no ampliado, quanto a de -0,6% na indústria, mais do que compensando a expansão do setor de serviços de 0,7%. O índice de confiança do empresário industrial da CNI recuou -2,6 pts. em outubro, a maior queda registrada no ano decorreu da piora da percepção tanto sobre as condições atuais e, em maior medida, das expectativas futuras. A despeito da melhora no mercado de trabalho e das políticas de transferência de renda, na PEIC da CNC, a percepção do nível de endividamento das famílias atingiu o 3º recorde consecutivo de alta na série iniciada em jan/10. Com sinais de desaceleração da atividade econômica, a taxa real de juros ex-ante permaneceu 7,55% a.a., acima da taxa neutra de 4,00% a.a. calculada pelo Banco Central. Para semana que se adentra é importante monitorar os números relativos ao PIB da China e do Livre Bege nos EUA que poderão sinalizar a evolução prospectiva da economia internacional. Há ainda as divulgações do IGP-10, Reunião do CMN e do CPI da Zona do Euro. 

Boa leitura!

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