A mediana das expectativas do Focus para o IPCA de 2023 oscilou de 4,97% para 4,94% e para 2024 subiu de 3,43% para 3,50%, ambas as estimativas em patamares superiores às metas. Após 2 meses com deflação, o IPCA-15 de outubro que será divulgado nesta semana deve voltar a um patamar ligeiramente positivo. Com a estabilidade no balanço de riscos, o Copom deverá manter a taxa Selic em 13,75% a.a., porém há alguma ansiedade acerca do conteúdo das informações que serão disponibilizadas no comunicado que ajudariam a entender a evolução da política monetária. No 3T22, o PIB da China divulgado nesta 2ª feira mostrou expansão anual de 3,9%, com aceleração em relação ao avanço de 0,4% no 2T22, contudo apesar da recuperação, a economia ainda lida com os efeitos das medidas de combate à covid-19, impondo riscos à economia internacional. Porém, na semana que se passou, houve uma melhora no apetite ao risco, a despeito das pressões inflacionárias, dos apertos monetários e dos temores de recessão global. Consequentemente, o dólar perdeu força e o rendimento das T-Notes de 10 anos subiu 0,21 p.p. para 4,21% a.a.. O real se apreciou em 3,1% no período, com o dólar cotado a US$ 5,16, beneficiado pela alta nos preços das commodities, e o risco soberano brasileiro recuou -23,5 bps. para 289,0 bps.. Em 12 meses, o déficit acumulado em transações correntes totalizou em setembro US$ -46,2 bilhões (2,56% do PIB), frente aos US$ -42,4 bilhões (2,38% do PIB) em agosto e os US$ -23,4 bilhões em set/21 (1,49% do PIB). O cenário reflete a redução no superávit da balança comercial, motivada pelo aquecimento da atividade com crescimento mais intenso das importações em relação às exportações, além das contribuições dos déficits na balança de serviços com a retomada das viagens internacionais e a maior remessa de lucros e dividendos. Segundo levantamento da CNDL/SPC, a inadimplência atingiu o seu recorde histórico, representando 39,71% da população adulta. No que tange aos setores, a participação no total das dívidas era de: 61,18% dos bancos, 12,86% do comércio, de 10,51% dos serviços de água e luz e de 8,42% na comunicação. Para semana que se adentra as atenções ficam também para os prováveis bons números do mercado de trabalho na PNAD e no Caged, as Sondagens de Confiança da FGV, as divulgações do PCE e do PIB nos EUA e as decisões de política monetária do BCE.
Boa leitura!