Skip to content

Comportamento Semanal – Tremores nos EUA e China

Na semana, os mercados tremeram com a deterioração do humor dos investidores com os sinais emitidos pelos EUA e China e os seus reflexos no futuro da atividade global. Não descartando-se um aperto monetário adicional, ganhou força o sentimento da necessidade de uma taxa maior de desemprego e um período de crescimento abaixo do potencial para que a inflação convirja à meta de 2%. Assim, houve um aumento na semana de 0,10 p.p. no rendimento do treasury de 10 anos para 4,26% a.a., o maior nível em 15 anos. Com isso, é de maior relevância a mensagem de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole que possa clarificar os rumos da política monetária e reduzir a volatilidade. O quadro externo foi agravado com os indícios de estresse financeiro emitidos em um importante gestor de ativos na China, recrudescendo as preocupações com a probabilidade de um contágio da crise do setor imobiliário e os riscos de um “momento Lehman”. Com a correlação positiva com o retorno dos treasuries, o dólar ganhou força na semana no mercado de câmbio. Com pior desempenho do que a média de seus pares emergentes, o real encerrou a semana com depreciação de 1,3%, com o dólar cotado a R$ 4,97. Contemplando parcialmente o reajuste nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias, a projeção para o IPCA em 2023 no Boletim Focus passou de 4,84% na semana passada para 4,90%. Com as taxas longas subindo bem mais do que as taxas curtas em função da maior aversão ao risco, a curva de juros ganhou inclinação na semana, alinhando-se ao movimento internacional. Em consonância com a desaceleração da atividade observada no IBC-Br do Banco Central, o monitor do PIB da FGV apontou que a economia cresceu 0,2% no 2T23, ante uma alta de 2,0% no 1T23. O IGP-10 completou o 5º mês consecutivo com variação negativa, a deflação alcançou -7,37% a.a. em agosto. Assim, sem alterações significativas no horizonte relevante para a política monetária, o balanço de riscos permanece favorável ao processo de flexibilização monetária indicado pelo Copom.

Boa leitura!

Sim 0
não 0

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *