Os impactos da evolução da Covid19 e dos eventos não econômicos na percepção da trajetória fiscal e da dívida pública elevaram os prêmios de risco. O spread das taxas de juros de um e cinco anos elevou-se 0,12 p.p. na semana, terminando em 4,25 p.p., enquanto que a cotação do CDS de cinco anos alcançou 348,1 bps.. No lado real, o Boletim Focus revisou a queda do PIB em 2020 para -5,12%, enquanto que a inflação esperada está abaixo do piso da meta (1,59%). Com a ata e o comunicado do Copom, a expectativa para a Meta Selic recuou para 2,25% a.a. ao final desse ano. Entretanto, o BC assinalou a preocupação de que a deterioração da trajetória fiscal possa elevar os prêmios de risco e levar a uma inflação acima da esperada no horizonte relevante para a política monetária. Com a queda mais intensa do diferencial de juros, aumento das tensões políticas e fluxo cambial negativo, o real acumula depreciação de 45,5% no ano. Os indicadores de atividade de março e abril já refletem os efeitos da pandemia, com o registro de queda mensal em março de 5,9% no IBC-Br, de 2,5% nas vendas do varejo e de 6,9% no volume de serviços. A PNAD com trimestre finalizado em março, mostrou que o número de empregados com carteira assinada no setor privado retraiu-se 1,7%, enquanto que a dos sem carteira assinada recuou 7,0%. No cenário externo, a produção industrial dos EUA recuou 11,2% em abril, enquanto a da China apresentou crescimento de 3,9%. Para a semana, destaque para o encaminhamento legislativo, a divulgação da arrecadação federal, sondagem da indústria FGV e PMI de EUA e Zona do Euro.
Boa leitura!