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Termômetro do Crédito – Reação gradual no crédito

Em que pese a política monetária ainda se mantenha restritiva, já são observados alguns sinais positivos do ciclo de flexibilização no mercado de crédito. Desde out/23, interrompeu[1]se a redução da expansão anualizada dos empréstimos no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Adicionalmente, constata-se: a sustentação do bom desempenho dos instrumentos de dívidas no mercado de capitais; um maior dinamismo no crédito corporativo; uma melhor composição nas operações com as famílias; uma evolução favorável nas concessões; a redução das taxas de juros das novas operações; e uma melhora gradual na qualidade dos ativos. No que tange ao mercado de capitais, o total emitido de CRIs, CRAs e FIDCs apresentava em fevereiro uma expansão de 26,9% a.a. e o de debêntures e notas comerciais de 13,4% a.a.. No SFN, a desaceleração no avanço do saldo do crédito para as pessoas jurídicas (PJ) foi revertida, com a elevação saindo de 3,7% a.a. em jan/24 para 4,2% a.a.. Por sua vez, para as pessoas físicas (PF) houve uma acomodação, com um avanço de 10,4% a.a.. Entretanto, de forma positiva, constituiu-se nas linhas com recursos livres (RL) uma melhor composição no perfil de risco, com uma redução mais intensa da taxa de crescimento dos empréstimos rotativos de 23,1% a.a. em fev/23 para 5,7% a.a., ante uma variação de 15,1% a.a. em fev/23 para 9,5% a.a. dos não rotativos. As concessões dessazonalizadas acumuladas no trimestre findo em fevereiro mostraram uma alta de 3,7% frente às verificadas no trimestre encerrado em nov/23. Com uma performance melhor, os novos empréstimos com RL avançaram 6,4% na mesma base de comparação, enquanto houve um aumento de 3,2% nos com recursos direcionados (RD). Reduzindo-se desde set/23, a variação anual das concessões acumuladas em 12 meses (12m), também voltou a registrar aceleração, saindo de 4,5% a.a. em jan/24 para 5,3% a.a.. Na abertura, a expansão para PJ voltou ao campo positivo, com uma alta de 1,3% a.a. ante 0,0% a.a. em jan/24, já para PF houve uma elevação de 8,4% a.a. para 8,6% a.a.. Superando a redução de -3,0 p.p. na Meta Selic desde o início da flexibilização monetária em ago/23,a taxa média de juros das novas operações de crédito apresentou uma queda no mesmo período de -3,6 p.p., composta pela redução de -1,1 p.p. para PJ e -5,1% para PF. A queda menor nas linhas para PJ está associada à deterioração da qualidade da carteira de empréstimos para as Micro, Pequena e Média empresas (MPMe). Na mesma base comparativa, neste segmento ocorreu um acréscimo de 0,4 p.p. na taxa de inadimplência para 4,3%, enquanto para as Grandes empresas (GE) houve uma redução de -0,4 p.p. para 0,7%. Considerando-se as operações para PF com RL, o indicador de inadimplência ficou em 5,5% em fevereiro, com estabilidade na margem e queda de -0,6 p.p. em 12m. No que se refere às famílias, vale destacar que em janeiro, o nível do endividamento e o comprometimento da renda voltaram a registrar acréscimo na margem. Com esse cenário, a Assessoria Econômica da ABBC revisou a sua projeção para 2024 de um crescimento no crédito para 8,7%, com altas de 6,5% nas linhas para PJ e de 10,0% para PF. Por fonte de recursos, a estimativa é de elevação de 7,9% para RL (5,0% para PJ e 10,0% para PF) e de 9,7% para RD (9,0% para PJ e 10,0% para PF).

Boa leitura!

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