Acompanhando o aperto monetário, o mercado de crédito continua em desaceleração, o estoque total fechou agosto com um avanço de 8,9% a.a. (16,7% a.a. em ago/22). A variação das concessões acumuladas em 12 meses (12m) encerrou em 6,5% a.a. (24,5% a.a. em ago/22). Mais sensíveis à atividade, os empréstimos com recursos livres (RL) cresciam em 6,7% a.a. (20,2% a.a. em ago/22), para pessoas jurídicas (PJ) em 2,5% a.a. (17,0% a.a. em ago/22) e para pessoas físicas (PF) em 10,2% a.a. (23,0% a.a. em ago/22). O Banco Central (BC) revisou a sua projeção para o crescimento em 2023 de 7,7% para 7,3% (3,4% para PJ e 9,9% para PF). Por sua vez, antevendo um avanço de 8,5% (7,4% para PJ e 9,2% para PF), divulgou pela 1ª vez a sua expectativa para 2024. O bom desempenho do lado real da economia e a redução nos prêmios no mercado futuro de juros já produziram alguns sinais positivos. Mesmo com os impactos das materializações de risco, mantém-se o bom momento no mercado de capitais, com o estoque dos títulos privados de dívida avançando 26,7% a.a. (24,7% a.a. em ago/22) e o dos securitizados em 21,0% a.a. (36,2% a.a. em ago/22). Adicionalmente, a taxa de juros nos empréstimos com RL reduziu-se em -1,5 p.p. em 3 meses (3m) e as concessões dessazonalizadas acumuladas em trimestres móveis (MM3), ajustadas pelo IPCA, exibiram, em relação a mai/23, um aumento de 2,8%. O ritmo de deterioração da qualidade dos ativos diminuiu, com a taxa de inadimplência mantendo-se estável nos últimos 3m. Em agosto, o indicador para PJ era de 2,7% (+0,2 p.p. em 3m). Para PF, já há queda em várias modalidades, como: crédito pessoal não consignado (-0,6 p.p. em 3m), aquisição de veículos (-0,3 p.p. em 3m) e composição de dívidas (-0,3 p.p. na margem). Os programas de transferência de renda e o mercado de trabalho aquecido combinados com a redução das taxas de juros e os incentivos para a renegociação das dívidas são também fatores positivos. Ajustando-se à relativa melhora no cenário, a Assessoria Econômica da ABBC projeta uma expansão de 7,4% para 2023 (4,4% para PJ e 9,4% para PF) e de 8,4% para 2024 (7,4% para PJ e 9,0% para PF).
Boa leitura!
