Em junho, o saldo das operações de crédito do SFN mantinha crescimento da ordem de 9,8% a.a., totalizando 50,4% do PIB. A carteira das instituições privadas nacionais e estrangeiras cresciam 15,2% a.a., embora com desaceleração de -1,7 p.p. a partir do pico verificado em mar/20. No segmento para pessoa jurídica (PJ), houve a partir de fev/20 aumento de 13,1% do estoque de crédito para as Grandes Empresas (GE) e de 3,8% para as micro, pequenas e médias empresas (MPME). Já as modalidades para pessoa física (PF) com recursos livres (RL) indicam perda de dinamismo, com a expansão do crédito consignado passando de 14,3% a.a. em fev/20 para 11,4% a.a. e o saldo de financiamentos de veículos encerrando com alta de 11,2% a.a. ante 19,4% a.a. em fev/20.
Na margem, o spread médio das concessões reduziu-se em -0,9 p.p. para 15,6 p.p. e o do ICC, que considera as operações nas carteiras dos bancos, cedeu -0,4 p.p. para 13,3 p.p.. Com os vários programas de acesso ao crédito, medidas regulatórias e o auxílio emergencial, a inadimplência média mostra-se ainda comportada, com redução mensal de -0,4 p.p. para 2,9% (3,0% em fev/20). O indicador para as MPME foi de 3,5% em junho (3,8% em fev/20) e o porcentual da carteira classificada entre E e H era de 9,3% (9,5% em fev/20). Para as GE, a taxa de inadimplência ficou em 1,2%, mesmo nível de fev/20, e a faixa de risco entre E e H terminou em 6,4% ante 6,7% em fev/20. Apesar do nível elevado de endividamento, o comprometimento da renda das famílias com encargos finalizou maio em baixa de -0,1 p.p. em 21,5% (+1,5 p.p. no ano). O auxílio-emergencial ajuda a suavizar a trajetória de deterioração do comprometimento e da inadimplência que poderá ser alterada ao final do benefício.
Termômetro da atividade econômica, as concessões com ajustes sazonais apresentaram elevação de 2,5% na margem, motivada pelo forte aumento de 10,4% das operações com PF, refletindo a redução do isolamento social e o aumento nas vendas no varejo. Após significativo aumento em mar/20 que objetivava a preservação de caixa, as modalidades para PJ mostraram queda de -2,4%. Por fim, a Média Móvel Trimestral (MM3) da série ajustada exibe trajetória de queda, com retrações de -6,8% na margem, de -1,1% para PF, de -11,7% para PJ, de -7,9% para RL e elevação de 2,1% para RD.