Em setembro, houve um recálculo nas rotas da política monetária dos principais bancos centrais, afetando o humor dos investidores. O fator fundamental para a deterioração na aversão ao risco foi a elevação da probabilidade de que os juros longos permaneçam em níveis contracionistas por um prazo mais longo do que se antecipava. Consequentemente, o retorno dos treasuries de 10 anos subiu 0,15 p.p. na semana e 0,50 p.p. no mês para 4,59% a.a. Em consonância, em setembro, o Dollar Index subiu 2,47% a.m. e o indicador de uma cesta de moedas dos países emergentes frente ao dólar exibiu uma queda de -1,96% a.m.. Com um balanço de riscos menos favorável para a inflação, são muito remotas as chances de que o ritmo de corte da Selic de -0,50 p.p. seja acelerado. O ciclo de flexibilização se estenderia para os anos de 2024 e 2025, com as taxas terminando em 9,00% a.a. e 8,50% a.a., respectivamente. Lembrando que com uma taxa neutra de juros em 4,5%, como considerada pelo Banco Central (BC) e uma meta de inflação de 3,0%, o piso nominal da taxa de juros básica seria em torno de 7,5% a.a… Localmente, a taxa real de juros ex-ante para 1 ano acumulou uma alta de 0,24 p.p. na semana para 6,77% a.a., aprofundando-se em patamar restritivo. No horizonte relevante, a estimativa do IPCA para 2024 passou de 3,86% para 3,87%, enquanto a de 2025 prosseguiu em 3,50%, mostrando apenas uma reancoragem parcial das expectativas. No que tange ao forte dinamismo na atividade econômica do 1º semestre, o BC ponderou as hipóteses da pujança da agropecuária e seus efeitos indiretos em outros setores; do impacto no consumo da elevação de renda disponível, com o aquecimento do mercado de trabalho, a queda de preços de alimentos e os programas de transferência de renda; da taxa de juros neutra mais elevada; e do crescimento potencial mais elevado, devido às reformas regulatórias e avanços institucionais. Para esta semana, destaques também para as divulgações da produção industrial, os dados do setor de veículos, Caged, IGP-DI e para os PMIs manufatura nos EUA e na Zona do Euro.
Boa leitura!