Como a recuperação da atividade econômica, o ritmo de expansão do crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) perdeu intensidade no 2º semestre, saindo de uma taxa de 17,8% a.a. em jun/22 para 14,0% a.a. em dezembro. Ratificando o cenário, as concessões totais dessazonalizadas diminuíram em -1,0% no 4T22, após uma alta de 3,1% no 3T22. A perda de velocidade dos empréstimos para pessoas físicas (PF) foi a maior responsável pelo arrefecimento, variando de uma taxa de 21,9% a.a. em abr/22 para 17,4% a.a..
Próximo à máxima histórica de 50,1% em jul/22, o endividamento das famílias em relação à renda alcançou 49,5% em novembro. Em 28,2%, o comprometimento da renda com as obrigações aumentou 1,8 p.p. em 12 meses (12m). Dentro desse cenário, as modalidades de crédito rotativo (cheque especial, cartão de crédito rotativo e cartão de crédito compras à vista) que alcançaram uma expansão da ordem de 48,4% a.a. em abr/22, fecharam o ano com uma taxa de 23,7% a.a..
Assim, a deterioração do cenário inflacionário e econômico e seus impactos na qualidade do crédito preocupam nas modalidades de maior risco, principalmente agora com a materialização de perdas de significativa relevância.
No segmento de empréstimos com recursos livres (RL) para PF, o quadro não é positivo, a taxa de inadimplência subiu 1,5 p.p. em 12m, alcançando 5,9%, o mesmo patamar verificado em mai/17, na sequência do forte processo recessivo. Por modalidades, o indicador ficou em: 7,8% no crédito pessoal não consignado (+2,9 p.p. em 12m); 5,4% na aquisição de veículos (+1,6 p.p. em 12m); 16,1% na composição de dívidas (+3,7 p.p. em 12m); e 44,7% no cartão de crédito rotativo (+9,0 p.p. em 12m).
Por fim, para 2023, esperamos um crescimento de 8,4% (8,9% para PF e 7,5% para PJ), em linha com a desaceleração da economia e deterioração da qualidade dos ativos.
Boa leitura!