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Pré-Copom: Junho/2023

Na reunião de maio, o Copom decidiu pela manutenção da Meta Selic em 13,75% a.a.. Naquele momento, o comitê entendia que a decisão seria adequada para a convergência para o redor da meta no horizonte relevante que incluiria o ano de 2024. Ademais, reiterou que a manutenção da taxa básica por período prolongado asseguraria esse processo e, ainda, enfatizou que o cenário de uma retomada do ciclo de ajuste era menos provável. Para emitir o nosso posicionamento, acerca da decisão que será tomada na próxima semana, vamos tomar como base a atualização do cenário e das premissas utilizadas.

Desde a última reunião, as projeções para o IPCA reduziram-se para 5,42% para 2023 e 4,04% para 2024. No horizonte relevante, a não alteração na meta inflacionária poderá contribuir para a continuidade do processo de queda nas expectativas. A cotação do dólar caiu para R$ 4,86 em 13/06/2023. O preço do petróleo recuou -1,4% desde 02/05/2023 para US$ 74,29 em 13/06/23. Como consequência, a evolução do preço médio da gasolina tem-se mostrado favorável para a dinâmica inflacionária.

Entre os fatores apontados como importantes na determinação do processo inflacionário e das expectativas, observa-se: (1) uma evolução benigna nas medidas subjacentes; (2) a deflação nos preços de atacado; (3) continuidade no processo de arrefecimento nas pressões inflacionárias globais; (4) a inflação implícita nas negociações dos títulos públicos vem sofrendo queda significativa e de forma mais expressiva do que na pesquisa Focus; (5) a redução dos preços das commodities internacionais em moeda local prosseguiu; (6) os receios com uma desaceleração da atividade econômica global por causa de condições adversas no sistema bancário internacional se reduziram, o que é favorável para ativos dos mercados emergentes; (7) a desaceleração na concessão doméstica de crédito continuou, embora pareça que seja em ritmo compatível com o ciclo de política monetária; (8) o indicador para a taxa de desemprego pode estar subestimado considerando-se a queda da taxa de participação, o que indicaria uma pressão maior no mercado de trabalho; e (9) a surpresa positiva do PIB no 1T23 não adveio da absorção doméstica, mas fundamentalmente da performance do setor agropecuário.

Apesar da evolução relativamente favorável nas premissas e hipóteses do necessário, entendemos que a taxa Selic deva ser mantida em 13,75% a.a., porém acreditamos que o cenário prospectivo abre espaço para que o Copom sinalize o início do ciclo de cortes já a partir da reunião de agosto.

Boa leitura!

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