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Comportamento Semanal – Pouso suave?

No relatório Panorama Econômico Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) traçou um quadro relativamente otimista para a economia mundial em 2024, aguardando uma redução no crescimento e na inflação e, principalmente, apostando no cenário básico de um “pouso suave” na atividade econômica dos EUA e China. Entretanto, não se deve desprezar o leque de fatores de riscos que podem se materializar, levando a uma desaceleração mais acentuada da economia internacional. Não só a manutenção das políticas monetárias contracionistas por um período mais longo, mas também os eventuais desdobramentos deletérios do conflito no Oriente Médio nos preços do petróleo, na inflação e na demanda global. Na busca por maior segurança, os retornos dos títulos de longo prazo dos EUA reduziram-se, com queda na semana de -0,15 p.p. para 4,63% a.a. no de 10 anos. O movimento teria sido mais acentuado não fosse o número desconfortável da inflação ao consumidor (CPI) em setembro que evidenciou o desafio da convergência à meta de 2,0%. Com os temores de uma escalada na crise, o preço do barril do Brent voltou a alcançar a marca de US$ 90,89, com uma alta na semana de 7,5%.

Com o IPCA de setembro -0,09 p.p. abaixo do sinalizado no último Boletim Focus, a expectativa de inflação para 2023 chegou a 4,75%, o que corresponde ao teto da meta para esse ano. Ademais, a média anualizada das 5 medidas de núcleos acompanhadas pelo Banco Central (BC) desacelerou de 5,22% em ago/23 para 5,01%. Porém, mesmo com uma evolução favorável nos dados qualitativos, prossegue a reancoragem apenas parcial das expectativas inflacionárias, de modo que no horizonte relevante as projeções continuam acima do centro da meta de 3,00%. A taxa real de juros ex-ante ficou em 6,88% a.a., patamar fortemente contracionista quando comparado com a taxa neutra de 4,5% a.a., considerada pelo BC.

Para esta semana, a atenção deve estar também voltada para a divulgação dos números do setor de serviços e do comércio, que devem ajudar nas estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) do 3T23, e do IGP-10 de outubro que deve mostrar alguma aceleração nos preços no atacado. No lado externo, o destaque ficará com o PIB do 3T23 na China, ao CPI na Zona do Euro e a produção industrial e as vendas no varejo nos EUA.

Boa leitura! 

 

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