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Comportamento Semanal – Postergação com riscos?

Indicadores de inflação divulgados nos EUA alteraram as expectativas para o início do corte da taxa básica de juros de maio para junho. Alinhando-se ao discurso do Federal Reserve (Fed), reduziram-se, também, as projeções de mercado sobre a magnitude do ajuste, que passaram a contemplar um tamanho de corte menor na taxa básica de juros. Como consequência, os preços das treasuries caíram e o dólar apreciou-se no mercado de câmbio internacional.

Nesta semana, a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Fomc) pode atualizar essa discussão, da mesma forma as divulgações do PMI para manufatura e serviços, conjuntamente com as vendas de casas usadas, devem ajudar a mensurar a temperatura da atividade. Porém, pelo lado da atividade, já houve alguns sinais de que a política monetária restritiva esteja surtindo efeito, como mostraram os números relativos às vendas do varejo e à produção industrial. Os preços elevados dos imóveis e as altas taxas de juros das hipotecas têm impactado o mercado imobiliário, com queda nas novas construções. Neste cenário, a manutenção de uma política monetária restritiva por um período maior é um fator de risco para a estabilidade financeira, o que pode se agravar com as renovações de empréstimos que inicialmente foram feitos em um ambiente de baixas taxas de juros.

Como desdobramento do movimento externo nas taxas longas, a inclinação da curva de juros voltou a se elevar. A taxa real de juros ex-ante estaria próxima de 6,0% a.a., patamar ainda contracionista, como deseja o Banco Central (BC). Utilizado como indicador antecedente do PIB, o IBC-Br avançou 0,82% em dezembro e 0,22% no 4T23, na série com ajuste sazonal. Com isso, fechou 2023 com uma alta de 2,45%. O resultado reduziu consideravelmente as chances de uma contração do PIB no mesmo período. Também de forma positiva, é esperado um bom desempenho para a arrecadação federal em janeiro, diminuindo a probabilidade de que a meta de déficit fiscal zero seja alterada em março. Com esses números mais favoráveis, as projeções de expansão do PIB, em 2024, do Boletim Focus de 1,60% devem ser elevadas nas próximas edições. No que tange à inflação, o IGP-10 voltou a registrar deflação em fevereiro e o IC-Br exibiu uma tendência confortável para a inflação das commodities. Ainda para esta semana, destaques também para o encontro do Comitê de Estabilidade Financeira do BC (Comef), a sondagem do consumidor da FGV, o PMI para manufatura e serviços na Zona do Euro e a inflação ao consumidor da região.

Boa leitura!

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