A mensagem da semana foi a do Copom afirmando que o ciclo de aperto monetário consistente com a convergência para as metas deverá ser mais contracionista do que o utilizado no cenário de referência na reunião de fev/22. Apesar de limitar o pico da Selic, o cenário base é de que se tenha pelo menos uma alta de 1,00 p.p. em mar/22 e outra de 0,50 p.p. em mai/22, permanecendo em 12,25% a.a. até que haja alterações relevantes no balanço de riscos da inflação. Com isso, a taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias avançou 0,51 p.p., encerrando a semana em 12,48% a.a., e a taxa real de juros ex-ante subiu 0,51 p.p. para 6,87% a.a.. Continuando a se descolar do cenário da possibilidade de um aperto monetário mais agressivo nos EUA e da tensão geopolítica, e sustentado pelo fluxo de capital estrangeiro, o real encerrou a semana com apreciação de 1,54%, com o dólar cotado a R$ 5,25, o seu menor valor desde set/21. O IPCA acumulado em 12 meses subiu na margem de 10,06% em dez/21 para 10,38%, ajustando para cima as projeções do Boletim Focus para 2022. Refletindo, o desempenho do setor de serviços (+1,4%), da indústria (+2,9%), a despeito da perda de -0,1% nas vendas do varejo restrito (+0,3% no conceito ampliado), o IBC-Br do Banco Central, subiu 0,33% em dezembro, na série dessazonalizada. Na variação anual do acumulado em 12 meses finalizou o ano em 4,5%. A perspectiva para 2022, contudo, é de desaceleração, com os desafios das cadeias globais de produção, os desdobramentos dos casos de contágio da variante Ômicron no 1T22 e os efeitos cumulativos da política monetária na atividade que ainda se manifestarão. Para a semana, serão destaques a divulgação do IGP-10, Reunião do CMN e ata da reunião do Fomc.