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Comportamento Semanal – Novo complicador

Na ata da sua última reunião de política monetária, o Federal Reserve mostrou-se preocupado para ajustar o ritmo de compra de ativos, se necessário. Receios com o caráter não temporário da inflação abriram espaço para uma possível elevação da taxa básica de juros, o que seria negativo para as moedas emergentes. Contudo, o surgimento da variante Ômicron para a Covid-19 embaralhou ainda mais o cenário prospectivo não só para a atividade, mas também para a inflação. Mesmo sem uma definição clara da sua evolução, houve uma corrida de investidores para ativos de menor risco. Nesse sentido, o retorno dos T-Notes de 10 anos encerrou a semana com recuo de -0,06 p.p. para 1,48% a.a.. O prêmio do CDS brasileiro de 5 anos subiu 26 bps., fechando em 265 bps.. Assumindo a premissa que o novo choque será desinflacionário, os prêmios no mercado futuro de taxa de juros reduziram-se. Contudo, acima das expectativas de mercado, o IPCA-15 de nov/21 apontou alta de 1,17% (10,73% a.a.), reforçando o caráter negativo da dinâmica inflacionária. Para 2022, horizonte ainda relevante para a política monetária, as estimativas pelo Boletim Focus já atingiram o teto de 5,0%, manifestando as preocupações com o grau de inércia. Diante desse agravamento do balanço de riscos, são reduzidas as chances de que o ritmo de aperto monetário sinalizado pelo Banco Central consiga fazer com que a inflação convirja à meta de 3,5% em 2022. Com a taxa real de juros ex-ante de 1 ano próxima de 6,0% a.a. e o arrefecimento da atividade, a estimativa de crescimento do PIB em 2022 cedeu -0,12 p.p. para 0,58%, reforçando a percepção de mercado de um quadro de estagflação. Apesar das incertezas quanto à evolução do regime fiscal, a arrecadação federal mostra uma evolução positiva beneficiada pela recuperação da atividade e pelo resultado financeiro das empresas exportadoras, com a alta do dólar e ou aumento dos preços das commodities. As sondagens de confiança da FGV exibem trajetórias de deterioração, sinalizando um nível de atividade econômica mais fraco no 4T21. Para a semana, a divulgação do Resultado do Tesouro Nacional, Notas de Política Fiscal, Balança Comercial, PNAD, CAGED, PIB, Produção Industrial e emplacamentos de veículos deverão trazer uma temperatura mais precisa do desaquecimento da economia.

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