Com alta de 0,73% em dez/21, o IPCA encerrou o ano de 2021 com alta acumulada de 10,06%. Em carta aberta, o Banco Central assinalou que este resultado ruim adveio da forte elevação dos preços das commodities, da taxa de câmbio depreciada, escassez hídrica pressionando os preços da energia elétrica e os gargalos nas cadeias produtivas globais, causados pela pandemia. Mesmo com a taxa real de juros ex-ante em 6,60% a.a. e a sinalização de um novo aumento de 1,5 p.p. na Selic, a dinâmica inflacionária permanece desfavorável impondo um desafio significativo à política monetária. Por sua vez, dados da atividade para novembro surpreenderam positivamente. Após registrar 5 quedas consecutivas, o IBC-Br apresentou alta mensal de 0,69%. O comércio varejista cresceu 0,6% e o indicador ampliado cresceu 0,5%, contudo, os números mostraram concentração em algumas atividades. O setor de serviços cresceu 2,4% no mês, melhora que se fez possível com a evolução positiva nos números da pandemia. Entretanto, o recente surto da variante Ômicron é preocupante para trajetória futura da atividade. Com os temores dos impactos significativos de uma normalização da política monetária reduzidos pela aposta de um “pouso suave” e os dados mais fracos para a produção industrial e varejo nos EUA, o dólar perdeu força no exterior, de modo que o real se apreciou em 1,87% na semana, com o dólar encerrando cotado a R$ 5,53. Contudo, a medida de risco soberano brasileiro, calculada pelo CDS de 5 anos, exibiu alta semanal de 10,14 bps. para 222,92 bps. (aumento de 63,47 bps. em 12 meses). Para a semana são destaques os dados de arrecadação federal e inflação na Zona do Euro.