Apesar da surpresa positiva com alta de 0,90% em dez/20, a produção industrial encerrou 2020 com uma contração de -4,50% a.a., o pior resultado desde 2016. Em janeiro, as vendas de automóveis no mercado interno recuaram -23,2% a.a. Com a perspectiva menos favorável para a atividade, as projeções de crescimento do PIB para 2021 do Focus recuaram de 3,50% para 3,47% e tendem a continuar caindo com a materialização dos impactos do término dos estímulos de governo. O final do auxílio emergencial já se refletiu no saldo da caderneta de poupança, com uma saída líquida de R$ -18,2 bilhões em janeiro, a maior retirada mensal da série histórica. Esta realidade poderá ser agravada com a inflação mais elevada. Influenciado, principalmente, pelo avanço nos preços das matérias-primas brutas (7,29%), o IGP-DI de janeiro cresceu 2,91%, atingindo 26,55% em 12 meses. As pressões inflacionárias de curto prazo e os temores com um possível agravamento do quadro fiscal elevaram na semana as taxas de juros futuras da parte curta e intermediária da estrutura a termo. No cenário externo, a expectativa favorável quanto à aprovação do pacote de estímulo fiscal e a retomada econômica com o avanço da vacinação nos EUA elevou o retorno das T-Notes de 10 anos em 0,08 p.p. para 1,19% a.a.. Para a semana, os dados devem sinalizar o grau de desaquecimento da economia com a divulgação do IPCA de janeiro, IGP-10 de fevereiro e os indicadores de dezembro para o varejo, serviços e IBC-Br (proxy do PIB).