O crescimento do crédito no SFN desacelerou de 15,6% a.a. em dez/20 para 15,1% a.a. em abril, entretanto há uma alteração da dinâmica nesse mercado, provocada principalmente pela redução dos estímulos emergenciais para as empresas. Com isso, a expansão para pessoas jurídicas (PJ) reduziu de 21,8% a.a. de dez/20 para 16,1% a.a.. Acompanhando a recuperação das vendas no comércio, os empréstimos para as pessoas físicas (PF) ganharam protagonismo, passando de uma expansão de 11,2% a.a. em dez/20 para 14,3% a.a..
Em abril, a série dessazonalizada das concessões registrou alta de 4,8%, com aumento de /20) e de 2,7% a.a. para PJ (10,9% a.a. em dez/20). Finalmente, nesse segmento, os novos empréstimos 10,2% para PF e queda de -0,3% para PJ. Em termos de concessões acumuladas em 12 meses, as modalidades para PF exibiram elevação da ordem de 3,4% a.a. (0,6% em dez para aquisição de veículos para PF mostram um ritmo de aumento de 8,7% a.a. e os de crédito consignado 7,9% a.a..
O processo de normalização monetária já atinge o mercado de crédito, de modo que a taxa média de juros das concessões com recursos livres (RL) já aumentou 3,5 p.p. no ano. Ademais, mesmo com a elevação de 1,3 p.p. no ano do custo de captação, o spread médio subiu 0,6 p.p..
A inadimplência, por sua vez, ainda se mantém comportada, com a taxa média para os empréstimos com RL permanecendo estável em 2,9% pelo 5º mês consecutivo (4,0% em abr/20). Contudo, como um indicador antecedente, a série com os atrasos das operações entre 15 e 90 dias apresenta trajetória oposta à da inadimplência a partir de set/20, acumulando uma alta de 0,7 p.p. a partir desse momento.
As preocupações estão voltadas para os efeitos do final das carências dos programas emergenciais e do processo de reestruturação das dívidas na evolução da inadimplência. Para PJ, os sinais mais desfavoráveis aparecem no segmento das micro, pequenas e médias empresas, embora a inadimplência venha oscilando ao redor de 7,3% da carteira, a parcela de maior risco, ou as operações classificadas entre “E e H”, já aumentou 0,4 p.p. no ano.
Adicionalmente, estudo da Serasa Experian mostrou que em maio o volume de pedidos de recuperação judicial (RJ) expandiu em 48,4% em relação à abr/21, somando 92 ocorrências. Do total, 60 estão no segmento de micro e pequenas empresas, da mesma forma, 92,4% do total de pessoas jurídicas com contas negativadas. Pelo lado das famílias, o receio advém da combinação adversa de um elevado nível de endividamento das famílias e de comprometimento da renda em um ambiente de juros e inflação mais altos e mercado de trabalho debilitado.