Os sinais mais duros no combate à inflação por parte dos principais bancos centrais reforçam a hipótese de as taxas de juros permaneçam por um período mais extenso do que se esperava. A revisão do PIB dos EUA no 3T22 de 2,9% na 2ª prévia para 3,2% na base anualizada, evidenciou a resiliência da economia norte-americana. Apesar de que o PCE desacelerou de 6,1% a.a. em out/22 para 5,5% novembro e a sua medida de núcleo de 5,0% a.a. para 4,7% a.a., há um longo caminho a percorrer até que o indicador convirja à meta. Como desdobramento, o retorno das T-Notes de 10 anos encerrou a semana com alta de 0,27 p.p. para 3,75% a.a., o dólar perdeu força no mercado de câmbio internacional e houve queda nos principais índices acionários. As moedas dos países emergentes beneficiaram-se da recuperação nos preços das commodities, especialmente as energéticas e metálicas. O barril de petróleo tipo Brent subiu 6,30% no período para US$ 84,50. Com uma alta mensal de 0,52% e de 5,90% a.a., o IPCA-15 de dezembro foi considerado positivo. Com a deterioração das expectativas inflacionárias, o Boletim Focus elevou em 0,25 p.p. a previsão da meta Selic ao final de 2023 para 12,0% a.a.. Adicionalmente, a aprovação do orçamento para 2023 ajudou a reduzir os prêmios ao longo da curva futura de juros, de modo que a taxa real de juros ex-ante recuou -0,40 p.p. para 7,88% a.a.., patamar ainda contracionista. O real apreciou 2,74% com o dólar cotado a R$/US$ 5,16 e o Ibovespa acumulou um ganho de 6,7%. A arrecadação federal permaneceu com uma boa performance, apresentando em novembro um crescimento real de 3,2% na comparação interanual, com destaque paras as modalidades mais sensíveis à atividade econômica, como o CSLL (18,4% a.a.) e o IRPJ (16,3% a.a.). Ainda no mês, houve déficit de US$ -52,4 bilhões em conta corrente acumulado em 12 meses. Por sua vez, o saldo acumulado de US$ 77,1 bilhões nos últimos 12 meses nos investimentos diretos no país foi mais que suficiente para financiar o déficit em corrente de US$ -60,2 milhões em novembro. Para esta semana, a atenção estará voltada para as divulgações do Caged, IGP-M e das estatísticas fiscais.
Boa leitura!
