Conferindo maior espaço para a continuidade dos apertos monetários, aumentando as chances de uma recessão global, a dinâmica inflacionária e os próprios indicadores de atividade nas economias desenvolvidas elevaram na semana a aversão ao risco. Enquanto o PIB anualizado dos EUA recuou -0,6% no 2T22, após ter queda de -1,6% no trimestre anterior, o número de pedidos de seguro-desemprego menor do que o esperado reforçou o entendimento de que o mercado de trabalho ainda se encontra aquecido. Assim, foram acumuladas perdas de -4,5% no índice Nikkei 225 e de -2,9% no Dow Jones e no S&P 500. Os preços das commodities foram impactados, pressionando as moedas dos países emergentes. A cotação do petróleo tipo Brent subiu apenas 0,13% para US$ 85,14, mesmo com problemas na oferta da commoditie. O dólar se apreciou frente ao real 2,9%, cotado a R$ 5,41, apesar da atuação do Banco Central, com o leilão de US$ 1,0 bilhão em venda com compromisso de recompra, além da rolagem dos swaps cambiais com vencimento em 01/11/12. Principalmente por causa do mercado de trabalho, o relatório de inflação assinalou um eventual estreitamento do hiato do produto, descrevendo um cenário alternativo que pressupôs ociosidade zero no 3T22, elevando em relação à edição anterior as projeções de inflação de 4,6% para 4,9% para 2023 e de 2,8% para 3,0% para 2024. A prévia do IPCA de setembro apontou nova deflação mensal, porém as medidas subjacentes ainda se encontram em patamares elevados em relação às metas, com a inflação da alimentação no domicílio rodando em 15,35% a.a., a dos bens industriais em 13,48% a.a. e a de serviços em 9,43% a.a.. No Boletim Focus, as expectativas de inflação para 2023 e 2024, mantiveram-se em 5,00% e 3,50%, respectivamente. A pesquisa trouxe ainda aumento nas projeções para o crescimento do PIB em 2022 de 2,67% para 2,70% e de 0,50% para 0,53% em 2023. Em agosto, houve pelo Caged a criação líquida de 278,6 mil vagas. Mesmo que alavancado pelas vagas informais, a média móvel trimestral da taxa de desemprego pela PNAD-Contínua recuou -0,9 p.p. em 12 meses para 8,9% da força de trabalho. Acompanhando o bom momento para a economia, os indicadores de confiança elaborados pela FGV seguem trajetória de recuperação. Para esta semana, destaques para as divulgações de produção e vendas de veículos, PIM, PMC, IGP-DI e mercado de trabalho nos EUA.
Boa leitura!