Desde a relação à última reunião do Copom houve uma alteração no equilíbrio do mercado internacional, com o agravamento das preocupações com o aumento da inflação e a perspectiva de recuperação mais intensa da atividade, principalmente nos EUA, colocando em dúvida a longevidade dos estímulos monetários, o que não seria favorável para as economias emergentes.
Domesticamente, a despeito da maior ociosidade dos fatores de produção, a pressão da inflação corrente mantém-se por um prazo maior do que se antecipava, principalmente pelos choques nos preços de combustíveis e alimentos aliados à depreciação cambial. Estes fatores combinados têm impactado substancialmente as expectativas inflacionárias de 2021.
Desta forma, a Assessoria Econômica da ABBC acredita que seja necessário um ajuste na política monetária com um aumento da Meta Selic em 0,50 p.p. para garantir a ancoragem das expectativas inflacionárias à meta de 2022 e combater os efeitos secundários da depreciação cambial, sem produzir volatilidade e alteração relevante nas taxas de juros de longo prazo e na taxa de câmbio que pudesse gerar efeito contraproducente.