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Maior aversão ao risco com China e fiscal

A evolução da inflação nos EUA e o sentimento de que a economia não está desacelerando consolidaram as apostas em uma queda de -0,25 p.p. na próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o que elevou a aversão ao risco. Para os mercados emergentes, há o agravante da debilidade estrutural do setor imobiliário e do consumo das famílias na China.

Corroborando esse cenário, a expansão interanual do PIB do 3T24 na China desacelerou de 4,7% no 2T24 para 4,6%, afastando-se da meta de 5,0%. Em mais recente medida, o Banco do Povo da China (PBoC) cortou em -0,25 p.p. as taxas preferenciais de empréstimos (LPRs). Todavia, o ceticismo quanto à efetividade dos estímulos pesou sobre os preços das commodities, com um recuo na semana de -7,57% no petróleo tipo Brent, -3,55% no minério de ferro e -3,53% na soja.

Respondendo aos sentimentos desfavoráveis em relação à evolução da dívida pública e à persistência na deterioração nas expectativas inflacionárias, os prêmios de risco embutidos na precificação dos ativos domésticos aumentaram. Na semana, o real depreciou-se em -1,46%, exibindo uma performance pior do que a de seus pares emergentes (-0,98%). A curva futura de juros descolou-se do movimento observado no exterior, encerrando a semana com uma elevação na sua inclinação. A taxa real de juros ex-ante adentrou ainda mais em patamar contracionista, com uma elevação de 0,03 p.p. para 8,23% a.a., muito acima do nível neutro de 4,75% a.a. considerado pelo Banco Central (BC).

Apesar do esperado ciclo de aperto nas condições financeiras, com a Selic atingindo o ápice de 12,0% a.a. em janeiro de 2025, não se vislumbra um movimento de ancoragem das expectativas. No Boletim Focus, no horizonte relevante para a política monetária de 18 meses à frente, as projeções elevaram-se de 3,80% a.a. em 11/10 para 3,87% a.a. em 18/10. Com o aperto monetário já precificado, é projetada uma desaceleração da economia em 2025, com o PIB apontando para uma expansão de 1,93% (1,90% há 4 semanas).

Sinalizando uma moderação no ritmo de crescimento no 3T24, o Monitor do PIB da FGV mostrou uma contração de -0,2% em agosto, o 2º recuo mensal consecutivo, respondendo à queda no setor de serviços e a estagnação da indústria, além da retração nas exportações. Espera-se uma expansão mais comedida do PIB no período, em relação ao 1º semestre, com a economia ainda impulsionada pela demanda doméstica, sobretudo o consumo das famílias, em função do mercado de trabalho aquecido e a expansão do crédito.

Reforçando as perspectivas de que os preços devem continuar pressionados no curto prazo, o IGP-10 acelerou de 0,18% em set/24 para 1,34% em outubro, acumulando elevação de 5,10% a.a.. Na semana, a prévia do IPCA de outubro deve trazer números mais elevados, em resposta à piora nas condições climáticas, com reflexos na alimentação e contas de energia elétrica.

Na agenda doméstica, atenções ainda para as sondagens de confiança da FGV e aos números da arrecadação federal. No âmbito externo, serão divulgadas as prévias dos índices PMIs para os EUA e Europa, além do Livro Bege do Fed.

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