Com crescimento de 3,3% em agosto, a indústria mostra recuperação consistente, com a sua atividade permanecendo apenas -2,6% abaixo do patamar verificado em fev/20. No acumulado do ano, no entanto, a produção recuou -8,6%. Com o maior otimismo, o Boletim Focus revisou a perspectiva de queda do PIB de 2020 de -5,04% para -5,02%. Pressões na inflação dos alimentos, contudo, ampliaram as projeções de curto prazo para o IPCA para 0,43% em set/20 e 0,40% em out/20. Com isso, a inflação projetada para 2020 subiu 0,07 p.p. para 2,12%. Com o setor público já registrando déficit primário de R$ 87,59 bilhões em agosto (8,5% do PIB em 12 meses) e as incertezas quanto à consolidação fiscal em 2021, os prêmios de risco na taxa de juros e a taxa de câmbio elevaram-se fortemente. O dólar encerrou a semana cotado à R$ 5,68 em 02/10. A elevação da curva de juros e inquietação na negociação de títulos públicos são importantes sinais da deterioração fiscal e de que a taxa básica de juros se encontraria acima do “lower bound”. O retorno da cobrança de alguns tributos proporcionou, em agosto, um crescimento real de 7,8% na arrecadação. Com o recuo mais intenso das importações do que das exportações, a balança comercial acumulou em setembro um superávit em 12 meses de US$ 54,8 bilhões. Ainda, a despeito da geração de 249,4 mil postos formais de trabalho em agosto, segundo o Caged, no ano houve perda de 849,3 mil vagas formais. Os dados da PNAD-Contínua de jul/20 reforçam a percepção de forte deterioração do mercado de trabalho com avanço para 13,8% da taxa de desocupação, número que poderia alcançar 23%, caso considerado o contingente que desistiu de procurar emprego. Com pressão no atacado, o IGP-M subiu 4,34% em set/20, alcançando 17,94% no acumulado em 12 meses. Para a semana são destaques a divulgação do IPCA, IGP-DI, PMC e produção de veículos.