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Termômetro do Crédito – Leitura Cautelosa

* Ao contrário da última recessão, a crise provocada pela pandemia não teve como desdobramento a retração no mercado de crédito. Indubitavelmente, contribuindo para esta dinâmica os vários programas de apoio às empresas e o auxílio emergencial para as famílias. No âmbito do SFN, exerceu papel relevante medidas de regulação para prover liquidez e ajustar o nível de capitalização. Com a difusão de linhas de crédito do governo, observou-se a aceleração dos empréstimos das instituições públicas, reduzindo a velocidade do ganho de participação de mercado das instituições de controle privado, que alcançou em setembro 53,9% do saldo total (53,1% em fev/20).

 

*No mês, o estoque total das operações de crédito avançava em 13,1% a.a. (52,8% do PIB). Em relação ao perfil do tomador, os empréstimos para pessoas jurídicas (PJ) apresentavam desempenho bem mais robusto em relação às pessoas físicas (PF), expandindo-se ao ritmo de 18,3% a.a. (9,3% a.a. para PF). As operações para PJ com Recursos Livres (RL) avançavam em 26,5% a.a. e 6,5% a.a. com Recursos Direcionados (RD). A trajetória das concessões ratifica o momento favorável para o mercado de crédito. A expansão no 3T20 foi de 16,4% para as concessões totais (11,0% para PJ e de 21,8% para PF).

 

*O crédito concedido para PJ acelerou substancialmente, graças à demanda das grandes empresas (GEs) no reforço de seus níveis de liquidez no início da pandemia. Em setembro, a carteira de crédito às micro, pequenas e médias empresas (MPMe) exibia crescimento de 28,1% a.a., enquanto o saldo das grandes empresas (Ge) mostrava expansão de 12,6% a.a.. O impulso das operações com MPMe adveio dos programas de governo, como Pronampe, FGI-PEAC e a liberação adicional de compulsório de poupança.

 

*A qualidade dos ativos com as PJ permanece ainda apresentando boa performance. Desde fev/20, a taxa de inadimplência das MPMe acumulou queda de -1,6 p.p. e de -0,1 p.p. para as Ge. Em consonância, a parcela do crédito classificada entre E e H registrou no mesmo período queda de -1,9 p.p. para MPMe e de -0,5 p.p. para Ge. Para PJ, a piora nos indicadores foi postergada pela combinação da aceleração das concessões com as repactuações e extensões de prazos, viabilizadas por alterações regulatórias. A preocupação reside na evolução ao final das carências e dos estímulos no crédito. Com volumes elevados, e em ascensão, de ativos problemáticos, a melhora deve ser lida com cautela.

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