A discussão sobre o uso estratégico das leis de incentivo fiscal no contexto das instituições financeiras é essencial para quem busca alinhar suas operações com práticas sustentáveis e de impacto social. Ao explorar as oportunidades oferecidas por legislações como as de incentivo à cultura, esporte, saúde e educação, bancos e demais instituições financeiras podem aumentar sua influência social e sua percepção de representatividade. A chave está em entender como essas escolhas fiscais podem ser integradas às estratégias de ESG (ambiental, social e de governança) e em como medir os benefícios gerados tanto para a sociedade quanto para a própria instituição.
Durante a última reunião da Comissão S da ABBC, especialistas do setor bancário debateram como as instituições financeiras podem aproveitar melhor as oportunidades proporcionadas pela legislação de incentivo fiscal. Um dos pontos centrais do debate foi a importância de uma gestão eficiente dessas oportunidades, utilizando ferramentas digitais que auxiliam no direcionamento dos investimentos e no monitoramento do impacto gerado.
A mensuração do impacto das escolhas fiscais é crucial para gestores de instituições financeiras que desejam utilizar esses mecanismos de forma estratégica. Ferramentas tecnológicas desempenham um papel fundamental, oferecendo análises detalhadas das oportunidades disponíveis e do impacto social de cada projeto apoiado. Essas plataformas possibilitam uma visão integrada das opções de incentivo fiscal, facilitando a decisão ao filtrar oportunidades por localização, setor e tipo de incentivo.
Alinhar investimentos às metas de ESG pode gerar ganhos significativos tanto em reputação quanto em impacto social. Nesse contexto, a Lei de Incentivo Fiscal se destaca como uma oportunidade para que bancos e instituições financeiras integrem suas estratégias de sustentabilidade a ações concretas em áreas como cultura, esporte, inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental.
Desafios
Entretanto, um dos principais desafios apontados pelos participantes da reunião da Comissão S é a complexidade do ambiente regulatório brasileiro, que frequentemente desestimula empresas a utilizarem os incentivos disponíveis. A legislação, que varia entre os âmbitos federal, estadual e municipal, pode se tornar um obstáculo, dificultando o acesso e o entendimento sobre como utilizar esses benefícios de forma eficaz. Assim, é importante que as instituições financeiras desenvolvam ou adotem soluções que permitam navegar mais facilmente por esse sistema, identificando as melhores oportunidades e mensurando os resultados.
Outro aspecto fundamental é a gestão dos fornecedores envolvidos na execução dos projetos incentivados. O uso de plataformas digitais para gerenciar essa cadeia de valor é uma maneira eficaz de garantir transparência e agilidade, além de proporcionar uma visão clara dos resultados financeiros e sociais obtidos por meio dos incentivos. Nesse sentido, o papel das soluções digitais vai além de uma simples ferramenta de busca; elas se tornam uma parte estratégica da gestão de impacto social das empresas.
Para as instituições financeiras, o uso das leis de incentivo fiscal pode ser visto como uma alavanca para cumprir seus compromissos de ESG, ao mesmo tempo em que oferecem retorno financeiro tangível. A análise do impacto gerado, tanto econômico quanto social, é o que permitirá às instituições medir o sucesso de suas escolhas fiscais e ajustar suas estratégias ao longo do tempo.
As plataformas que integram inteligência artificial e big data, como discutido na reunião da ABBC, tornam esse processo ainda mais eficiente, permitindo que os gestores identifiquem rapidamente as oportunidades mais alinhadas com os objetivos estratégicos de suas instituições. Além disso, oferecem relatórios detalhados que mostram não apenas o retorno financeiro dos incentivos, mas também seu impacto social, algo crucial para empresas que desejam demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade. Uma plataforma debatida foi a da Incentiv.
O coordenador comercial da Incentiv, Gabriel Machado, apresenta dados de mercado sobre a utilização das leis de incentivo pelas empresas para contextualizar os membros das Comissão S sobre o potencial inexplorado do tema
Outro ponto destacado durante a reunião foi o papel da ABBC em disseminar o conhecimento sobre essas oportunidades e fomentar o diálogo entre instituições financeiras, governo e sociedade civil. A atuação conjunta desses atores é fundamental para otimizar o uso dos incentivos fiscais e garantir que mais empresas possam usufruir desses benefícios.
Por fim, os participantes reforçaram a necessidade de manter o foco na atualização constante das ferramentas e dos processos de gestão dos incentivos fiscais, uma vez que o cenário regulatório no Brasil é dinâmico e sujeito a frequentes mudanças. A capacidade de adaptação das plataformas tecnológicas e o acesso a consultorias especializadas são fatores que podem fazer a diferença na hora de tomar decisões estratégicas sobre onde e como investir os recursos fiscais disponíveis.
ABBC Talks e vídeos educativos da ABBC sobre Lei de Incentivo
Em 2023, a ABBC, em parceria com a Hub do Incentivo, desenvolveu um vídeo sobre como as pessoas físicas podem fazer a diferença por meio das leis de incentivo fiscal. O conteúdo orienta como as empresas podem utilizar a legislação a seu favor, destacando as vantagens tanto para o contribuinte quanto para a sociedade, e incentivando a participação ativa na construção de um país mais justo e solidário.
O vídeo educativo da ABBC sobre as leis de incentivo fiscal:
A ABBC também desenvolveu um ABBC Talks, em 2022, sobre o tema Lei de Incentivo:
Em resumo, as instituições financeiras que desejam integrar suas práticas fiscais com suas estratégias de ESG precisam adotar uma abordagem proativa e bem-informada sobre as oportunidades oferecidas pelas leis de incentivo fiscal. A utilização de ferramentas tecnológicas para mensurar o impacto das escolhas fiscais é uma maneira eficaz de maximizar os benefícios, não apenas para as empresas, mas também para a sociedade como um todo. Assim, bancos e outras instituições financeiras podem liderar o caminho na criação de um ambiente de negócios mais sustentável e socialmente responsável.