Apesar da volatilidade produzida pelas discussões acerca do teto da dívida nos EUA, o aspecto mais relevante da semana que se passou refere-se ao aumento da probabilidade da continuidade do ciclo de aumento de juros básicos pelo Federal Reserve. Com isso, as chances de um novo aumento de 0,25 p.p. na reunião de junho alcançaram 66,4%. Ajudou nesse movimento, a aceleração da inflação dos gastos pessoais com consumo de 4,2% a.a. em mar/21 para 4,4% a.a. em abril e da medida de núcleo que passou de 4,6% a.a. para 4,7% a.a.. Talvez de forma mais incisiva, contribuiu a diversidade de opiniões dos membros do Comitê de Política Monetária (Fomc) acerca da adequação de se ter uma política monetária mais restritiva em um cenário de um processo inaceitavelmente lento para a convergência da inflação à meta de 2,0%. A melhora do ambiente econômico interno, com a aprovação do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados e os sinais cada mais consistentes do processo desinflacionário, se faz sentida na melhora nos prêmios implícitos na negociação das NTN-Bs. A curva da inflação implícita mostrou a taxa de 1 ano caindo de 4,09% para 3,74% na semana e a de 2 anos de 5,03% para 4,69%. Apesar da queda nos prêmios na curva de juros, a taxa real de juros ex-ante recuou -0,16 p.p. para 7,41% a.a., nível ainda bem elevado. Na semana, serão divulgados os dados do PIB do 1T23 mostrando um crescimento trimestral ao redor de 1,0%, sustentado fundamentalmente pela agropecuária no lado da oferta e na demanda pelo consumo das famílias. Apesar desse bom desempenho, o Boletim Focus indica um crescimento de apenas 1,3% em 2023. Por fim, a semana que se adentra traz ainda os números referentes ao 2T23, como a produção industrial, o mercado de trabalho e as sondagens de confiança.
Boa leitura!