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Comportamento Semanal – Foco na inflação

Os dados do payroll de dezembro apontaram que o mercado de trabalho nos EUA segue resiliente, após a criação líquida de 223 mil vagas contra 200 mil esperadas. Contudo, mostrou um arrefecimento da pressão de alta nos salários, de 4,8% a.a. em novembro para 4,6% a.a., o que pode contribuir com o processo de desinflação, além de evidenciar os efeitos do aperto da política monetária e reforçar as projeções de diminuição no ritmo de alta da taxa de juros. Por sua vez, a ata do Federal Reserve indicou que os juros deverão continuar elevados por um período prolongado, gerando a expectativa de uma taxa final entre 5,00% e 5,25% a.a., além de não descartar a possibilidade uma recessão em caso da necessidade de uma resposta monetária mais rígida. Na semana, fica a atenção para a divulgação da inflação do consumidor (CPI). Com isso, o rendimento da T-Note de 10 recuou -0,33 p.p. na semana para 3,55% a.a.. A menor aversão ao risco se mostrou no recuo do risco soberano brasileiro de -3,4 bps. para 251,1 bps. na semana e nas altas das principais bolsas internacionais, com destaques para os ganhos de 2,2% no Xangai e de 1,5% no Dow Jones. Sob os efeitos do aumento nos ruídos políticos e das dúvidas na trajetória fiscal, o Ibovespa recuou -0,7%, a taxa real de juros ex-ante subiu 0,10 p.p. para 7,83% a.a., porém o real se apreciou em 1,14% com o dólar cotado a R$/US$ 5,23. No Boletim Focus, a projeção para a inflação permaneceu em 2,62% para 2022 e subiu 0,05 p.p. para 2023 e 2024, fechando em 5,36% e 3,70%, respectivamente. Aguarda-se o IPCA de dezembro esta semana, com perspectiva de manutenção da desaceleração em 12 meses e alguma acomodação nos preços dos combustíveis. A produção industrial em novembro voltou a registrar variação mensal negativa (-0,1%), após 2 meses em alta, levando o indicador a cair -0,6% no ano e -1,0% no acumulado em 12 meses. Esse resultado deixa um carry over de -0,5% para o 4T22, reforçando as perspectivas de contração da indústria no ano. Corrobora com o quadro a redução na produção de veículos em dezembro para 191,5 mil unidades, abaixo do patamar de 200 mil após 7 meses consecutivos. Já as vendas de veículos totalizaram 356,9 mil unidades no mês, com altas de 7,0% na margem e de 5,4% no ano, o que deve beneficiar o setor varejista, a ser divulgado esta semana. Espera-se também os dados de serviços. Apesar da caderneta de poupança registrar entrada líquida de R$ 6,26 bilhões em dezembro, acumulou a retirada de R$ -103,24 bilhões em 2022, recorde da série histórica, pesando a perda de atratividade com o rendimento e os elevados níveis de endividamento das famílias, juros e inflação.

Boa leitura!

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