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Comportamento Semanal – Expectativas e juros neutros

O processo de desinflação persiste, com a taxa anualizada do IPCA saindo de 4,65% a.a. em mar/23 para 4,18% a.a.. Contudo, em breve, essa trajetória deve sofrer uma inflexão com a saída das deflações de jul/22, ago/22 e set/22 da base de cálculo. Ademais, o indicador de abril surpreendeu negativamente, não só em termos quantitativos, como qualitativos. Nesse sentido, a estimativa para a inflação em 2024, horizonte relevante para a política monetária, reduziu-se ligeiramente de 4,16% para 4,15% no Boletim Focus. Com o cenário positivo, no que se refere à evolução do arcabouço fiscal, dos preços dos combustíveis e das commodities, da inflação de atacado e do comportamento da taxa de câmbio, a melhora mostra-se mais perceptível na inflação implícita nos preços das NTN-Bs, de modo que a projeção para o prazo de 1 ano saiu de 4,88% em 05/05 para 4,69% no dia 12/05 e de 2 anos de 5,50% para 5,35%. Respondendo à relativa frustação com o IPCA de abril, e com base na comunicação do Banco Central que não sinaliza o início da flexibilização monetária, a taxa real de juros ex-ante de 1 ano subiu 0,23 p.p. na semana para 7,39% a.a., aprofundando-se ainda mais em terreno restritivo. Entretanto, com o lento processo de desinflação e os diferentes entendimentos de membros do Copom, ganhou força entre alguns economistas a hipótese de que a taxa neutra seja maior do que os 4,0% a.a. atualmente estimados pelo Banco Central. Desse modo, a política monetária estaria sendo menos restritiva do que se acredita. De acordo com o CME Group em 12/05, as chances de que o Federal Reserve (Fed) aumente a taxa básica em 0,25 p.p. em junho cresceram levemente com as expectativas de inflação para 5 anos nos EUA avançando de 3,0% em abr/23 para 3,2% em maio. Mesmo com o dólar desvalorizando-se frente a uma cesta de moedas dos países desenvolvidos e emergentes, o real apreciou-se 0,60% na semana, com o dólar cotado a R$ 4,92. Para esta semana, é importante sentir a temperatura nos dados da atividade local (IBC-Br, serviços e comércio) e IGP-10, além dos números para as vendas no varejo e a produção industrial nos EUA.

Boa leitura!

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