Com o aumento surpreendente de 0,86% em fev/21, o IPCA acumulou alta de 5,2% a.a., devendo acelerar até meados do ano. A preocupação, agravada pelos impactos da incerteza fiscal sobre a taxa de câmbio, resultou na semana em uma forte elevação da projeção de inflação de 2021, de 3,98% para 4,60%. Ainda que a de 2022 permaneça momentaneamente próxima à meta (3,50%), o Copom deve promover um aumento de 0,50 p.p da Selic para garantir a ancoragem das expectativas e combater os efeitos secundários da depreciação cambial, sem produzir volatilidade e alteração significativa nas taxas de juros de longo prazo e na taxa de câmbio que pudesse gerar efeito contraproducente. Receio adicional advém do cenário mais positivo para a atividade internacional que tem elevado as taxas de juros de longo prazo, aumentando a possibilidade de antecipação do processo de normalização monetária e a aversão ao risco para ativos emergentes. O processo de aperto monetário preocupa com o risco de estagflação, com o excesso de capacidade ociosa. Em jan/21, o varejo restrito registrou queda de -0,2% e de -2,1% no ampliado. O setor de serviços apontou ligeiro crescimento de 0,6%, permanecendo, contudo, com volume -2,7% abaixo do registrado em fev/20. O IBC-Br de jan/21 mostrou na margem alta de 1,04%, acima das expectativas. Contudo com queda de -4,04% no acumulado em 12 meses. Para a semana, aguarda-se a divulgação do IGP-10, Caged e Reunião do Copom e FomC.