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Elevação da Selic em 0,75 p.p. ganha força

A semana foi marcada pela escalada dos conflitos geopolíticos, resultando em uma maior aversão ao risco. Reforçando a resiliência da economia dos EUA, houve avanço em indicadores da atividade empresarial e da confiança do consumidor. Acrescentando-se os temores com a dinâmica do comércio global com as possíveis medidas protecionistas do novo governo nos EUA, ampliaram-se as apostas de manutenção da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed), saindo de uma probabilidade de 41,3% em 18/11 para 47,3% em 22/11 e de 58,7% para 52,7% para 1 corte de -0,25 p.p..

Domesticamente, a arrecadação federal continuou avançando de forma robusta, crescendo 9,7% em 2024, em termos reais, atingindo o montante de R$ 2,2 trilhões. Assim, ao se acrescentar o bloqueio de R$ 6,0 bilhões em gastos até o final do ano, é muito provável que a meta fiscal seja cumprida, ao permitir um déficit primário de até 0,6% do PIB (cerca de R$ 70 bilhões), considerando as despesas fora da meta e a banda de tolerância de 0,25% do PIB. 

Os indicadores de atividade permaneceram mostrando um bom desempenho, indicando um crescimento robusto do PIB no 3T24. Em relação ao 2T24, o monitor do PIB da FGV exibiu uma elevação de 1,0%, alavancada pelo crescimento do consumo das famílias, dos investimentos e do setor de serviços. Contudo, o cenário prospectivo apresenta desafios importantes, como a manutenção da inflação em patamares elevados e a expectativa de aumento contínuo das taxas de juros, que poderão limitar a sustentabilidade do ritmo de crescimento. 

Esse quadro é ratificado nas projeções do Boletim Focus, cuja estimativas para a Selic ao final de 2025 elevaram-se de 12,00% a.a. em 14/11 para 12,25% em 22/11. As apostas de uma aceleração no ritmo de altas da taxa Selic ganharam força. No mercado de opções do Comitê de Política Monetária (Copom) da B3, a chance de uma elevação de 0,75 p.p. na reunião de dezembro subiu de 40,5% em 14/11 para 61,5% em 22/11. A taxa real de juros ex-ante recuou -0,05 p.p. na semana para 8,40% a.a., patamar ainda bem contracionista quando comparado com a taxa neutra de 4,75% a.a. estimada pelo Banco Central (BC). 

Já a atividade econômica deve desacelerar de 3,17% em 2024 para 1,95% em 2025, de acordo com o Focus. A despeito da esperada trajetória de mais aperto na política monetária, persiste o movimento de desancoragem das expectativas, indicando o quadro extremamente desafiador para que haja a convergência da inflação à meta de 3,0%. No horizonte relevante para a política monetária, a projeção para a inflação acumulada em 12 meses no final do 2T26 ampliou-se de 3,88% em 14/11 para 3,93%. 

Na semana que se adentra, as atenções se voltam para o resultado do IPCA-15 de novembro, além dos números do mercado de trabalho, estatísticas fiscais e do crédito em outubro. Hoje, o BC mostrou uma deterioração nos números do setor externo. As transações correntes do balanço de pagamentos mostraram um déficit de US$ -5,9 bilhões em outubro (US$ +0,4 bi em out/23), chegando a US$ -49,2 bi (2,2% do PIB) em 12 meses. No exterior, enfoque na ata do Fed que detalhará as fundamentações para a redução no ritmo de flexibilização monetária e serão divulgados o deflator de gastos com consumo (PCE) e a renda e gastos pessoais dos EUA, além da inflação e confiança do consumidor na Zona do Euro. 

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