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Comportamento Semanal – Dólar em queda, juros em alta

Acima das expectativas, o IPCA-15 de fevereiro avançou 0,99%, alcançando 10,76% no acumulado em 12 meses. Ainda não contemplando integralmente o impacto da tensão geopolítica na dinâmica inflacionária, o Boletim Focus apontou alta semanal nas estimativas do IPCA de 5,56% para 5,60% para 2022 e oscilou de 3,50% para 3,51%, acima do centro da meta de 3,25% para 2023. Adicionalmente, as medidas de núcleos e subjacentes dos bens industriais e serviços seguem pressionadas, ratificando a disseminação da inércia inflacionária. A crise internacional eleva o preço das commodities, como o do petróleo e das matérias-primas agrícolas, reforçando os gargalos de suprimento de insumos para a indústria e agravando o já assimétrico balanço de risco da inflação. Assim, para acomodar uma percepção de um eventual aperto monetário mais intenso e duradouro, as taxas no mercado futuro de juros dispararam na semana, a despeito da recente apreciação cambial. Com elevada volatilidade, o dólar encerrou o dia 02/03 cotado a R$ 5,10, o que representou uma depreciação de 0,70% frente a 18/02. Após os primeiros impactos, o real voltou a se fortalecer com o aumento do fluxo de capital, beneficiado pela elevação dos preços das commodities e pelo carry trade. Diante da complexidade dos possíveis desdobramentos do conflito internacional sobre a evolução da política monetária, Jeremy Powell manifestou a sua inclinação para uma alta da taxa básica de juros de apenas 0,25 p.p. na reunião de março, com isso o rendimento das T-Notes reduziram-se ao nível 1,86% a.a., mesmo com a perda de força do dólar no mercado internacional. A cotação do barril de petróleo tipo Brent acumulou expressiva valorização de 20,73% entre 18/02 e 02/03, encerrando em US$ 112,93, o maior patamar desde jun/14. Do lado fiscal, houve melhora com os dados de arrecadação federal via impostos e previdência apontando expansão de 20,7% na margem em termos reais em jan/22 para R$ 235,3 bilhões, melhor resultado desde o início da série em 1995. Impulsionado pelo aumento da arrecadação, o setor público consolidado apresentou resultado positivo pelo 6º mês consecutivo, encerrando jan/22 com um superávit mensal de R$ 101,8 bilhões. Contudo, com a reversão do saldo comercial, o déficit em transações correntes, encerrou em US$ -8,1 bilhões em jan/22, configurando o 5º mês consecutivo com déficit. Para a semana, serão destaques a divulgação do PIB, balança comercial e dados de emprego nos EUA.

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