Alinhado com a desaceleração da economia e o aperto das condições financeiras, o mercado de crédito mostra uma perda de desenvoltura. O crescimento no conceito ampliado que era de 13,9% a.a. em dez/21, recuou para 9,7% a.a. em novembro, com uma queda no período de -2,5 p.p. para 24,3% a.a. na expansão dos títulos privados e de -23,0 p.p. nos securitizados para 27,8% a.a.. Após alcançar 17,8% a.a. em jun/22, o avanço do estoque dos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) reduziu-se para 14,7% a.a.. As concessões totais dessazonalizadas registraram queda de -3,9% na margem, com retração de -2,0% para pessoas jurídicas (PJ) e de -4,5% para pessoas físicas (PF). Já o total de novos empréstimos acumulados em 12 meses (12m), que aumentava em 27,4% a.a. em mar/22, desacelerou para uma alta de 21,9% a.a.. A perda de ímpeto é preocupante, pois poderá aprofundar o processo de deterioração da qualidade dos ativos em um cenário de forte expansão nas modalidades de maior risco. Por exemplo, em novembro, a elevação das operações do cartão de crédito rotativo era de 71,4% a.a. e a carteira com recomposição de dívidas encerrou o mês em 34,9% a.a… As inadimplências dessas modalidades eram respectivamente de 44,2% (+11,0 p.p. em 12m) e de 14,4% (+1,3 p.p. em 12m). O cenário torna-se ainda mais desafiador, com o endividamento das famílias em outubro de 49,8% da renda (+1,4 p.p. em 12m) e o comprometimento para pagamento das dívidas de 28,2% (+ 2,2 p.p. em 12m). Como um setor mais sensível à atividade, o estoque dos empréstimos para as Micro, pequenas e médias empresas (MPMe) aumentava em 16,1% a.a. em novembro, com apenas um leve sinal de materialização de risco, com uma elevação na inadimplência média de 0,6 p.p. em 12m para 3,0%. Por fim, a Assessoria Econômica da ABBC mantém a estimativa de aumento de 8,4% no total de empréstimos para 2023, composto por um aumento de 8,9% para PF e 7,5% para PJ.
Boa leitura!
