Fundamentalmente em função das medidas de redução da alíquota do ICMS sobre os combustíveis e a energia elétrica, as estimativas para o IPCA reduziram-se fortemente. A projeção para o IPCA em 2022 reduziu-se de 8,50% há 4 semanas para 7,67%. Como os efeitos estariam restritos a esse ano, as projeções para 2023, horizonte ainda considerado relevante para a política monetária, estão em 5,09% (4,70% há 4 semanas), acima do limite superior da meta de 4,75%. Na iminência da aprovação da “Pec dos Benefícios”, a mediana das projeções do PIB para 2022 devem se elevar gradualmente de 1,59% para 2,00% no Boletim Focus. O IBC-BR ainda de abril, mostrou uma queda marginal de -0,44%, encerrando com uma variação do acumulado em 12 meses de 3,46% a.a. (4,59% a.a. em mar/22).
Com o aumento da taxa de juros neutra, provavelmente, por causa das incertezas com o regime fiscal, a taxa real de juros ex-ante adentra cada vez mais no terreno contracionista, alcançando 8,34% a.a. (7,02% a.a. há 4 semanas). Em razão da resiliência no mercado de trabalho dos EUA, como apontou o payroll de junho, reforçou-se a perspectiva de um ritmo de aperto monetário mais forte pelo Federal Reserve. Assim, o retorno das T-Notes de 10 anos apontou uma alta de 0,21 p.p. na semana para 3,09% a.a., o que eleva o risco de uma recessão, enquanto o Dollar Index, subiu 1,78%. Entretanto, o real exibiu uma boa performance, encerrando cotado a US$/R$ 5,26 (apreciação de 1,44%), talvez influenciado pelo fluxo de entrada de recursos.
Na semana que se adentra serão disponibilizados os indicadores de atividade e inflação que darão indícios quanto ao rumo da política monetária nos EUA e de uma possível recessão, entre eles o CPI, os indicadores da indústria e do varejo e o Livro Bege. Não menos importante, a China também divulgará o PIB do 2T22. Localmente, destaque para o IBC-Br, PMC e PMS de maio.
Boa leitura!
