A despeito da deterioração das projeções do endividamento público e do aumento das incertezas, o cenário externo mais otimista melhora consistentemente os indicadores de condições financeiras. A significativa recuperação dos mercados globais reflete o arrefecimento do pessimismo em relação ao ritmo da retomada da economia real e as expectativas favoráveis com os efeitos do elevado grau de estímulos fiscais e monetários. Em um mês, a cotação do CDS de 5 anos já caiu mais de 100 bps. e na semana o real apreciou-se em 7,0%. Após nove meses consecutivos com déficit, o fluxo cambial registrou uma entrada líquida de US$ 3,08 bilhões em maio. Pelo Focus, a expectativa de queda do PIB em 2020 está em -6,48%, com recuperação parcial de 3,5% em 2021. O grau da recessão contribui para a ancoragem das expectativas inflacionárias abaixo das metas (1,53% para 2020 e 3,10% para 2021). Após recuar 9,0% em março, a produção industrial dessazonalizada reduziu-se em 18,8% em abril. Já o indicador de atividade do comércio da Serasa Experian registrou queda mensal de -19,4% e os dados relativos a veículos da Fenabrave e Anfavea também foram bem negativos. Pela Boa Vista, os pedidos de recuperação judicial elevaram-se em 68,6%. O represamento de solicitações com o isolamento social e a defasagem dos impactos da crise na decisão dos empresários favorecem a tendência de deterioração. Para a semana, atenção à divulgação do IPCA, para os pedidos de seguro desemprego nos EUA e reunião do Fomc.