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Comportamento Semanal – Próximo do final

Explicadas as motivações para a dissidência nos votos do Comitê de Política Monetária (Copom), o comportamento das expectativas inflacionárias no horizonte relevante será o fator fundamental para a calibragem das apostas na trajetória da taxa Selic. Mesmo com a inflação corrente mostrando há tempos um caráter benigno, tanto no índice cheio como nas medidas de núcleo, não houve avanço relevante. Simultaneamente com alterações em alguns fatores de risco, a elevação da desancoragem em relação ao centro da meta surgiu como um aspecto crítico a ser monitorado. Pela dificuldade na convergência das expectativas, a credibilidade só será obtida ao longo do tempo conforme o cumprimento recorrente da meta. Por fim, a taxa de câmbio constitui-se também como um canal de extrema relevância. Assim, com o cenário atual é provável que o ciclo de flexibilização monetária esteja próximo do seu final. Entretanto, mesmo com o aumento da perspectiva do final do ciclo, o Boletim Focus ainda projeta 2 reduções de -0,25 p.p. nas reuniões de junho e julho. Já a mediana das estimativas para 2024 passou de 9,75% a.a. em 10/05 para 10,00% a.a. em 17/05 (9,50% a.a. há 4 semanas). No que tange às expectativas inflacionárias, aumentou a desancoragem no horizonte relevante para a política monetária, com a mediana das previsões para 2025 elevando-se de 3,66% para 3,74%. Em linha com as diretrizes do Copom, a taxa real de juros ex-ante subiu 0,05 p.p. no período para 6,56% a.a., aumentando o seu patamar contracionista. Com os recentes dados de inflação e atividade nos EUA viabilizando um cenário mais favorável para que a inflação convirja à meta de 2,0%, os agentes de mercado adotaram uma postura positiva para a tomada de risco expressa na redução das taxas de juros longas e na depreciação do dólar no mercado de câmbio internacional. Beneficiando também o balanço de riscos da inflação, alguns indicadores da atividade mostraram perda de dinamismo. Ainda sem contemplar os impactos da crise climática no Rio Grande do Sul (RS), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de março registrou uma queda mensal de -0,34%, na série dessazonalizada, com o acumulado em 12 meses desacelerando de 2,40% a.a. em fev/24 para 1,68% a.a.. Em linha, apesar de aumentar 0,40% em março, a variação anual do volume de serviços reduziu-se de 2,15% a.a. em fev/24 para 1,42% a.a.. Para esta semana, destaques para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), além das divulgações das estatísticas do setor externo, sondagem do consumidor da FGV, arrecadação federal. No front externo, a confiança do consumidor e PMI manufatura na Zona do Euro. Para os EUA, serão disponibilizados a ata da reunião da política monetária, os dados de vendas de casas existentes, a PMI manufatura e serviços, as vendas de casas novas, os pedidos de bens duráveis e a confiança do consumidor da Universidade de Michigan.

Boa leitura!

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