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Comportamento Semanal – Exageros?

A despeito da desancoragem das expectativas inflacionárias e do aquecimento da atividade econômica, com projeção do IPCA em 3,92% para 2025 e em 3,60% para 2026, o presidente do Banco Central (BC) alertou que os prêmios da curva futura de juros eram incompatíveis com a comunicação da autoridade monetária, sugerindo dessa forma que as apostas para o aperto da Selic poderiam conter exageros. Assinalou, ainda, que um eventual ciclo de alta de juros seria gradual.

Relativamente alinhada ao alerta, a mediana das projeções da Selic no Focus para o final de 2024 ainda se mantém em 10,50% a.a.. Entretanto, a distribuição mensal de frequência mostrou uma redução de 89,4% em 31/jul para 56,1% em 30/ago no percentual de respondentes que esperavam que a taxa básica de juros terminasse o ano entre 10,00% e 10,50%.

Ademais, mesmo com o IPCA-15 em linha com o esperado e alguma melhora qualitativa na sua composição, a probabilidade de manutenção da Selic em setembro caiu de 94,5% em 30/jul/24 para 14,34% em 30/ago/24 no mercado de opções da B3. Antecipando o aperto, a taxa real de juros ex-ante alcançou 7,58% a.a., com uma elevação de 0,27 p.p. na semana, superando em grande margem os 4,75% considerados como a taxa neutra pelo BC.

Confirmando o cenário de convergência gradual à meta de inflação de 2,0% e em linha com as expectativas, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho nos EUA sancionou a redução da taxa básica de juros do Federal Reserve (Fed) em setembro. Embora o cenário base aponte para um pouso suave para a economia e, consequentemente, obrigando uma postura menos agressiva na política monetária. Na sexta-feira, a ferramenta FedWatch do CME Group indicava: 44,8% de chance de um corte de -1,00 p.p. até o final do ano; 30,0% de uma redução de -0,75 p.p.; e de 21,8% de uma queda de -1,25 p.p..  Com o provável alívio gradual, o dólar ganhou força no mercado de câmbio internacional.

Fechando a semana cotado a R$ 5,61, o dólar subiu 2,61% no período, a despeito da alteração no modo de atuação do BC: (i) vendendo US$ 1,5 bilhão no mercado à vista; e (ii) ofertando US$ 1,5 bilhão em contratos de swap cambial fora das renovações tradicionais. Contribuiu para esse avanço o fortalecimento do dólar no mercado internacional e fatores técnicos como a rolagem de posições na B3 e a formação da última taxa PTAX de agosto. No que tange à venda no mercado spot, a motivação para a intervenção teria sido a saída de mais de US$ 1,0 bilhão em razão do rebalanceamento do EWZ (MSCIBrazil). 

Para a semana que se adentra, a atenção estará voltada para a divulgação do payroll, assim como o livro Bege que deverá dar maiores detalhes da atividade econômica entre setores e regiões. Adicionalmente, serão importantes as divulgações dos dados do mercado de veículos, balança comercial e IGP-DI, além dos PMIs manufatura e serviços nos EUA, Zona do Euro e China, e as vendas no varejo e o PIB da Zona do Euro.

Boa leitura!

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