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Comportamento Semanal – Caminhando para um pouso suave

A combinação da divulgação de dados robustos relacionados ao consumo das famílias e de solicitações de pedidos por seguro-desemprego, com a desaceleração gradual da inflação indica que a economia dos EUA parece caminhar para um pouso suave, mitigando as preocupações com os riscos de formação de um processo recessivo no curto prazo e favorecendo à assunção de risco.

Como consequência, a tese da necessidade de cortes mais agressivos perdeu força. O monitoramento da ferramenta FedWatch do CME Group apresentou uma elevação de 50,0% em 12/08 para 75,0% em 16/08 da probabilidade de uma redução de -0,25 p.p. em setembro.

Com maior propensão ao risco, o dólar enfraqueceu-se no mercado global de moedas e as principais bolsas acumularam significativos ganhos na semana.

Nos próximos dias, a comunicação que será transmitida pelo Federal Reserve (Fed) no Simpósio de Jackson Hole pode oferecer uma maior referência sobre a trajetória futura da política monetária. Ainda que surpresas sejam improváveis, os números de atividade da indústria e serviços deverão ser acompanhados com atenção pois medem a temperatura da atividade.

Com o Banco Central (BC) manifestando o seu forte incômodo com a desancoragem das expectativas no horizonte relevante, a mediana da expectativa do IPCA recuou de 3,97% para 3,91% para 2025 (3,90% há 4 semanas). Mesmo diante de chances maiores de elevação da taxa básica de juros em 2024, o Boletim Focus manteve a projeção de Selic estável em 10,50% a.a. até meados de 2025. Porém, no mercado de opções digitais da B3, a probabilidade de manutenção da Selic em setembro em 10,50% a.a. caiu de 50,0% em 09/08 para 29,50% em 16/08, a de uma alta de 0,25 p.p. subiu de 18,0% para 37,5% e a de alta de 0,50 p.p. aumentou de 31,0% para 31,5%. A taxa real de juros ex-ante subiu de 7,37% a.a. para 7,51% a.a., adentrando-se em patamar mais restritivo, quando comparada com os 4,75% a.a. considerado como neutro pelo BC. Desde o final de abr/24, o indicador apresentou um significativo aumento de 0,92 p.p..

Mesmo com os juros em terreno contracionista, observa-se um bom dinamismo dos indicadores do mercado de trabalho e crédito, refletido no IBC-Br e no Monitor do PIB de junho. Assim, a mediana das projeções para o crescimento do PIB em 2024 no Focus elevou-se de 2,20% para 2,23%. As perspectivas são de um crescimento robusto do PIB no 2T24, com uma possível expansão superior à observada no 1T24 (de 0,8%). No período, os setores de serviços e indústria surpreenderam positivamente, enquanto o comércio apresentou um desempenho mais tímido. Para 2025, contudo, com o alongamento do prazo de manutenção da taxa básica de juros em patamar mais elevado, espera-se que a atividade desacelere o seu ritmo de crescimento para 1,89%.

Ainda na semana, as atenções estarão voltadas para os resultados da arrecadação federal. No exterior, destaque também para a ata da última reunião do Fed e para os dados de inflação ao consumidor, confiança do consumidor e PMI manufatura e serviços na zona do euro.

Boa leitura!

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