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Termômetro do Crédito – Compatível com a política monetária

O apetite ao risco das instituições financeiras (IFs) e a própria demanda de crédito para as famílias (PF) e empresas (PJ) vem se reduzindo. Apesar do incômodo com essa dinâmica de curto prazo, o Banco Central (BC) avalia que a trajetória de queda das concessões e de aumento da taxa de inadimplência deve prosseguir, de forma compatível com a forte elevação da taxa básica de juros desde mar/21.

Próximo à máxima histórica de 50,1% em jul/22, o endividamento das famílias em relação à renda alcançou 48,8% em jan/23. Em 27,1%, o comprometimento da renda com as obrigações aumentou 0,5 p.p. em 12 meses (12m). Mesmo com desaceleração, o ritmo de crescimento mostrava-se significativo em fevereiro nas modalidades mais arriscadas para PF, como o cartão de crédito rotativo (44,1% a.a.), crédito pessoal não consignado (14,5% a.a.) e composição de dívidas (22,9% a.a.), o que exige atenção em um ambiente com deterioração nas condições do mercado de trabalho.

Para PJ, com um cenário de redução na geração de caixa para as micro, pequenas e médias empresas (MPMe), o ritmo de expansão que chegou alcançar 36,3% a.a. em mar/21 caiu para 11,5% a.a.. Dada a percepção de que não há acúmulo significativo de riscos financeiros, a regulação entende como adequada a manutenção de uma política macroprudencial neutra, apesar da materialização do risco em algumas empresas de grande porte e da existência de algumas incertezas.

Assim, a deterioração do cenário econômico e seus impactos na qualidade do crédito preocupam nas modalidades de maior risco. No segmento de empréstimos com Recursos Livres (RL) para PF, o quadro não é positivo, a taxa de inadimplência subiu 1,4 p.p. em 12m, alcançando 6,1%, o mesmo patamar verificado no forte período recessivo de 2015-2016. Por modalidades, o indicador ficou em: 7,7% no crédito pessoal não consignado (+2,4 p.p. em 12m); 16,6% na composição de dívidas (+4,0 p.p. em 12m); e 43,8% no cartão de crédito rotativo (+8,7 p.p. em 12m). Para as MPMe, o indicador ficou 3,6% (+1,2 p.p. em 12m), patamar ainda abaixo de 2015-2016.

Por fim, com essa conjuntura, revisamos o crescimento do crédito para 2023 de 8,4% para 6,9%, com PF saindo de 8,9% para 7,9% e PJ de 7,5% para 5,3%, em linha com a desaceleração da economia, a deterioração da qualidade dos ativos e os riscos à estabilidade financeira internacional.

Boa leitura!

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