O cenário básico preponderante é de que a recuperação da economia deverá ser inicialmente mais forte, com lenta convergência para o nível observado no período prévio à Covid19. O Boletim Focus projeta queda do PIB de -6,5% para 2020 e crescimento de 3,5% para 2021. Contudo, as avaliações são permeadas por cautela e senões, principalmente pelo fato de que a crise sanitária ainda não está debelada. No cenário externo, a melhora dos indicadores de atividade e emprego favoreceu a assunção de risco. Com isso, o prêmio de risco soberano brasileiro, medido pelo CDS de cinco anos, recuou 39,7 bps. para 227,5 bps.. Apesar da apreciação do real na semana, a sua volatilidade está elevada. A partir da eclosão da crise houve alteração no padrão de correlação entre o real e as demais moedas emergentes, o que pode ser um indicativo da deterioração da percepção do risco fiscal. Com a influência positiva do desempenho dos veículos automotores, o crescimento em maio da produção industrial (7,0%) foi insuficiente para reverter a forte contração dos meses de março e abril (- 26,3%). Já a Pnad Contínua apontou aumento gradual na taxa de desocupação (12,9%), enquanto que o desalento e subutilização da força de trabalho atingiram máximas históricas. Em junho, pela Serasa Experian, o total de recuperações requeridas ficou em 130, com uma elevação de 38,3% na margem. Porém, os dados refletem ainda: (1) as dificuldades operacionais e prazos legais para se protocolar um pedido e (2) que credores e devedores estão procurando negociar acordos em um quadro de ampla incerteza. A expectativa é de que no segundo semestre a evolução seja pior do que a verificada em 2014-16. Para a semana, atenção aos indicadores de atividade de maio PMC e PMS, inflação de junho IGP-DI, IPCA e produção de veículos.