A divulgação do IBC-Br para fevereiro foi uma surpresa muito positiva. Na margem, o índice registrou um forte crescimento de 3,32%, na série com ajuste sazonal. Para se ter ideia do impacto, o resultado possibilitou que o carrego estatístico para 2023 alcançasse 3,0%. Com isso, a projeção para o crescimento do PIB em 2023, agora em 1,0%, deverá se elevar nas próximas edições do Boletim Focus. Os números do Caged para o mercado de trabalho, também foram favoráveis. Por sua vez, indicando um processo lento de desinflação e as medidas de núcleo e subjacentes ainda não condizentes com as metas, o IPCA-15 de abril reiterou os desafios para a convergência da inflação às metas. Pelo lado das expectativas, as estimativas para 2024, horizonte mais relevante, permaneceram em 4,18% e, da mesma forma, para 2025 mantiveram-se em 4,0%, com indícios de acomodação em uma eventual nova meta ao redor de 4,0%. Apesar das decisões já serem dadas como praticamente certas pelo mercado, as atenções estarão voltadas para as reuniões de política monetária do Federal Reserve e Banco Central. A conjugação do crescimento da atividade resiliente e a queda gradual da inflação nos EUA sustentam as apostas no aumento de 0,25 p.p. da taxa de juros básica, a despeito dos receios dos possíveis impactos dos problemas no setor bancário na demanda agregada. Localmente, a expectativa é de que o Copom mantenha a meta Selic em 13,75% a.a., uma vez que não houve alterações significativas no balanço de risco para a inflação que justificasse uma mudança no que foi apontado na reunião anterior. Com as projeções no Boletim Focus sinalizando o início dos cortes em setembro, é de importância fundamental entender a mensagem que será emitida pelo Banco Central no que tange aos próximos encontros, principalmente agora com a tendência de revisão do comportamento da atividade econômica em 2023.
Boa leitura!