Para o Copom, apesar do ajuste monetário intenso e tempestivo, ainda não se observa o seu efeito contracionista, nem na inflação corrente. Diante deste cenário, a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo não asseguraria, neste momento, a convergência da inflação para o redor da meta. Por isso, sinalizou para o próximo encontro um novo ajuste de igual ou menor magnitude. Um exercício do relatório de inflação mostrou também que com a Selic estável em 13,25% a.a. durante todo o período, as projeções de inflação para 2023 sairiam de 4,0% para 3,7%. Segundo o levantamento de 24/06 do Projeções Broadcast, a mediana das estimativas para o crescimento do PIB em 2022 era de 1,50%. Porém, com a surpresa positiva nos números do 1º trimestre e a previsão de nova alta no 2º, o Banco Central revisou a sua projeção de alta de 1,0% para 1,7% no crescimento do PIB em 2022.
Respondendo aos indicadores mais fracos para o sentimento do consumidor e ao relativo alívio nas expectativas inflacionárias de longo prazo nos EUA, houve uma melhora na aversão ao risco. O retorno da T-Note de 10 anos recuou -0,12 p.p. e as principais bolsas internacionais acumularam ganhos. Entretanto, em movimento contrário, localmente, a percepção de piora do risco fiscal elevou o prêmio do CDS de 5 anos em 2,57 bps. na semana, fechando em 286,41 bps.. Este sentimento foi ratificado pelo Banco Central que aumentou de 3,5% a.a. para 4,0% a.a., a taxa de juros neutra da economia. Assim, a taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias exibiu alta de 0,09 p.p., fechando em 13,72% a.a., enquanto o real recuou -1,74% no encerramento da semana, cotado a R$/US$ 5,24. A dinâmica negativa para a inflação foi explicitada no IPCA-15 de junho, com a média dos núcleos acompanhados pela autoridade monetária passando de 10,14% a.a. em mai/22 para 10,43% a.a.. Apesar do seu bom desempenho, a arrecadação acumulada em 12 meses, em termos reais, encerrou maio em 12,6% a.a. ante 16,2% a.a. em abr/22, apontando redução da expansão desde fev/22. O Monitor do PIB da FGV apontou crescimento de 0,3% em abr/22, desacelerando frente a alta de 1,5% em mar/22 e de 1,4% em fev/22, na série livre de influências sazonais.
Para a semana serão destaques a divulgação do RTI, IGP-M, PNAD- Contínua, CAGED, Balança Comercial, Resultado Primário do governo, Nota de Política Fiscal, PCE e indicadores de atividade nos EUA.
Boa leitura!