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Comportamento Semanal – Alívio na percepção de risco

Na semana, o destaque ficou com a divulgação dos números relativos à inflação doméstica e dos EUA. O IPCA de dezembro registou um alta de 0,62%, acima dos 0,45% esperado, acumulando um crescimento de 5,79% em 2022, ficando acima do limite superior da meta de 5,0%. Nas justificativas para o não cumprimento da meta, o Banco Central elencou: (i) a inércia inflacionária de 2021 (10,06%); (ii) a alta nos preços das commodities; (iii) o desequilíbrio entre oferta e demanda com os gargalos na cadeia produtiva; (iv) os efeitos climáticos em alimentos; e (v) a retomada do setor de serviços. Por outro lado, o desvio teria sido muito maior caso não ocorressem as desonerações tributárias temporárias nos preços dos combustíveis, energia elétrica e comunicações. Adicionando-se ao cenário, as incertezas em relação à reversão do corte de impostos sobre os combustíveis, as projeções de inflação na Pesquisa Focus para 2023 se elevaram pela 5ª semana consecutiva, com a mediana passando de 5,36% para 5,39%. O número mais favorável ao apetite de risco adveio da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA que saiu de 9,1% a.a. em jun/22 para 6,5% a.a. em dezembro. A percepção é de que o pico inflacionário ficou para trás, reforçando a probabilidade de uma redução no ritmo de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed). Na semana, as principais bolsas internacionais apresentaram ganhos, com destaques para as altas de 4,8% da Nasdaq, de 2,7% na S&P e de 1,8% no Ibovespa. O rendimento das T-notes de 10 anos recuou -0,06 p.p. na semana para 3,49% a.a., levando o dólar a perder força. Com a queda nos prêmios de risco, favorecida também pela percepção relativamente mais favorável das contas fiscais, o real se apreciou em 2,36% com o dólar fechando a semana cotado a R$ 5,10 e a taxa real de juros ex-ante caiu -0,18 p.p. para 7,65% a.a.. Ademais, a atividade econômica segue em desaceleração, o que deve trazer algum alívio na dinâmica inflacionária em 2023. O IBC-Br de novembro recuou -0,55%, o que representou a 4ª queda mensal consecutiva. O resultado do mês foi impactado pelas retrações de -0,1% na indústria e de -0,6% no varejo, além da estabilidade em serviços, que começa a mostrar perda de ímpeto do efeito da retomada das atividades presenciais. Pesarão sobre a atividade os efeitos defasados da política monetária fortemente contracionista, motivada pelo balanço de riscos da inflação desfavorável que corrói a renda disponível, e o consequente encarecimento do crédito. A mediana das projeções na Focus para a expansão do PIB em 2023 oscilou de 0,78% para 0,77%, permanecendo em 1,50% para 2024.

Boa leitura!

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