Em março, observou-se desaceleração do ritmo de expansão das operações de crédito de 16,1% a.a. em fev/21 para 14,5% a.a.. A perda de dinamismo deveu-se ao comportamento das modalidades para PJ, cuja taxa de crescimento caiu – 5,1 p.p. para 17,7% a.a., por causa da carteira com RL que fechou o mês com variação de 14,8% a.a. ante 22,5% a.a. em fev/21. Entretanto, na margem, as concessões totais ajustadas sazonalmente para PJ exibiram avanço significativo de 10,1%. A dissonância do movimento entre as variáveis fluxo e estoque para PJ referiu-se à rolagem apenas parcial do vencimento das operações de capital de giro que tiveram desaceleração de 42,2% a.a. para 36,5% a.a., mesmo com o aumento de 67,7% das concessões sem ajuste da modalidade. O estoque de empréstimos para PF aumentou o crescimento de 11,3% a.a. para 12,1% a.a., com as concessões ajustadas reduzindo-se no mês em – 4,0%. Por fim, persiste a desaceleração da variação anual das concessões totais acumuladas em 12 meses, fechando março em 0,9% a.a., com os novos empréstimos acumulados para PJ subindo 2,7% a.a. e para PF diminuindo para -0,8% a.a..
Apesar do agravamento do cenário econômico, a taxa média de inadimplência nas operações com RL mantém-se em níveis confortáveis, ficando estável no mês em 2,9% (-1,0 p.p. em 12 meses), com manutenção para PF em 4,1% (-1,1 p.p. em 12 meses) e em 1,6% para PJ (-0,7 p.p. em 12 meses). Porém, em 2021, a taxa de inadimplência das MPMe já apontou elevação de 0,3 p.p, terminando em 2,4% e a parcela da carteira E-H aumentou de 0,2 p.p., finalizando em 7,3%. Desde jun/20, os dados referentes ao endividamento das famílias e comprometimento da renda mostram trajetória crescente, encontrando-se em tetos históricos. Em jan/21, o endividamento das famílias em relação à renda era de 57,0%, com alta de 8,1 p.p. em 12 meses. A qualidade dos empréstimos para PF responderá aos impactos da ociosidade no mercado de trabalho, da reposição apenas parcial da renda e da alta da inflação. O processo de normalização monetária deverá exercer pressão adicional no comprometimento da renda, que subiu 2,3 p.p. em relação a jan/20, terminando em 30,9%. Por fim, espera-se a manutenção da desaceleração do crédito, de modo que a ABBC projeta uma expansão de 7,4% para o estoque total de crédito em 2021, com altas de 9,9% com RL, de 4,0% com RD, de 8,0% para PF e de 6,6% para PJ.