Skip to content

Comportamento Semanal – Ainda sem novidades

Sem surpresas em suas decisões, no que tange à trajetória das taxas básicas de juros, tanto o Federal Reserve (Fed), como o Banco Central (BC) também não apresentaram novidades significativas no teor das suas mensagens. Apesar de que, dada a robustez da atividade e do emprego, o Fed mantivesse o seu discurso de que novos aumentos na taxa básica possam ser apropriados para a convergência da inflação à meta de 2,0%, a leitura de mercado é de que a faixa entre 5,25% e 5,0% dos Fed Funds seja o teto. Esse posicionamento ganhou força com os números do mercado de trabalho e outros indicadores sinalizando uma desaceleração da atividade. Contudo, a extensão e um eventual aperto adicional dependerão do impacto defasado do ajuste já implementado e a da evolução de dados econômicos e financeiros, o que pode trazer volatilidade no mercado de ativos. Com esse quadro, o retorno das T-Notes de 10 anos recuou -0,27 p.p. na semana para 4,57% a.a. e o Dollar Index recuou -1,4% frente às moedas de alguns países desenvolvidos e -1,8% em relação a uma cesta de moedas emergentes. Com apreciação de 2,2% do real, o dólar encerrou a semana cotado a R$ 4,90.

Como aguardado, o BC reduziu a Selic em -0,50 p.p. para 12,25% a.a.. Embora assinalasse os riscos do cenário externo, avaliou que os indicadores seguem consistentes com o cenário de desaceleração da atividade e da inflação, ainda que as medidas subjacentes sigam acima da meta. Se confirmado a trajetória esperada, ocorrerão novas reduções na mesma magnitude para as próximas reuniões. O Boletim Focus apresentou poucas alterações nas expectativas de inflação, que permanecem parcialmente ancoradas. Ajustando-se a uma possível elevação da meta fiscal e às dificuldades na implementação das medidas de arrecadação propostas, a expectativa do déficit para 2024 aumentou de -0,78% para -0,80% do PIB, ao passo que para 2025 elevou-se de -0,55% para -0,60% do PIB. A despeito dos ruídos na esfera fiscal, a curva de juros futuros registrou quedas em todos os seus vértices, de modo que a taxa real de juros ex-ante acumulou uma redução de -0,16 p.p. na semana, fechando em 6,74% a.a., ainda em patamar fortemente contracionista quando comparado com a taxa neutra de 4,5% a.a..

O Caged reportou a criação líquida de 211,8 mil vagas de trabalho em setembro, enquanto a Pnad Contínua no trimestre findo no mesmo mês registrou uma taxa de desemprego de 7,7%, a menor desde fev/15. A produção industrial manteve-se estagnada acumulando uma ligeira alta de 0,1% em setembro. Do lado externo, os dados apontaram um quadro bem favorável, com a balança comercial acumulando um superávit de US$ 90,9 bilhões em 12 meses e os Investimentos Diretos no País (IDP) superando largamente o déficit nas transações correntes.

Para esta semana, destaque para a ata do Copom que certamente detalhará a sua percepção acerca do balanço de riscos para a inflação, com eventuais novas sinalizações e condições para os próximos passos da política monetária. As divulgações do IPCA e IGP-DI devem ratificar o lento processo de desinflação. Por atenção também para os dados fiscais e do crédito, da confiança do Consumidor da Universidade de Michigan e os dados do varejo e serviços na Zona do Euro.

Boa leitura!

Sim 0
não 0

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *